ONU pede proteção para civis ucranianos após vaga de bombardeamentos russos

O coordenador do Escritório de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA, na sigla em inglês) na Ucrânia apelou hoje para a proteção dos civis, após uma das maiores vagas de bombardeamentos russos contra a infraestrutura energética do país.

© DR

“Tal como milhões de pessoas na Ucrânia, passei horas num abrigo esta manhã devido à contínua onda de ataques à Ucrânia por parte das Forças Armadas Russas”, descreveu Matthias Schmale numa declaração hoje divulgada, lamentando a existência de civis mortos e feridos, além de danos em infraestruturas.

O responsável da agência das Nações Unidas criticou os raides aéreos russos, ao considerar que “é inaceitável que, em vez de seguirem com as suas vidas, os cidadãos deste país tenham de procurar segurança nas estações de metro e outros abrigos”.

Mesmo na guerra, sublinhou, “existem regras” e o direito internacional humanitário “deve ser respeitado e os civis devem ser protegidos”.

A Rússia lançou hoje contra a Ucrânia um ataque combinado massivo com mais de uma centena de mísseis e drones ‘kamikaze’ iranianos Shahed, segundo o Presidente ucraniano.

“Foi um dos maiores ataques, um ataque combinado. Mais de uma centena de mísseis de diferentes tipos e cerca de uma centena de drones Shahed” foram utilizados, afirmou Volodymyr Zelensky, num vídeo transmitido na rede social X pouco depois das 13:00 locais (menos duas horas em Lisboa).

Quinze regiões da Ucrânia foram atingidas no ataque russo que visava infraestruturas energéticas do país, de acordo com o Governo ucraniano, indicando, no seu último balanço, a existência de pelo menos quatro mortos.

O Ministério da Defesa russo confirmou um ataque massivo contra alvos da infraestrutura energética da Ucrânia, bem como estações de gás e aeródromos militares.

“Esta manhã, as Forças Armadas da Federação Russa lançaram um ataque massivo por via aérea e marítima com armas de alta precisão e longo alcance e veículos aéreos não tripulados contra instalações críticas de infraestruturas energéticas que garantem o funcionamento do complexo militar-industrial”, indica um comunicado militar.

Além disso, segundo o comando russo, “estações de bombagem de gás nas regiões de Lviv, Ivano-Frankivsk e Kharkiv, que garantiam o funcionamento do sistema ucraniano de transporte de gás e armazéns com bombas e bombas aéreas foram atacadas, em aeródromos nas regiões de Kiev e Dniepropetrovsk”.

Segundo os militares russos, “todos os objetivos” que Moscovo estabeleceu foram alcançados.

Este é o nono ataque massivo russo contra o sistema elétrico ucraniano desde 22 de março.

Os bombardeamentos de hoje surgem numa fase no conflito em que as forças ucranianas têm em curso, desde 06 de agosto, uma ofensiva terrestre na região fronteiriça russa de Kursk e procuram igualmente visar a infraestrutura energética e militar da Rússia.

Ao mesmo tempo, as tropas de Moscovo exercem pressão no campo de batalha ucraniano, registando avanços na província de Donetsk, no leste do país, e bombardeiam com frequência instalações energéticas, que provocam cortes de energia prolongados no país.

Últimas do Mundo

A viúva do opositor russo Alexei Navalny e atual líder da oposição no exílio, Yulia Navalnaya, apelou hoje, em Berlim, aos exilados russos para se manifestarem e serem a voz dos compatriotas que não o podem fazer no país.
O grupo islamita Hamas denunciou hoje que Israel ainda não iniciou negociações para a segunda fase das tréguas em Gaza, que significaria o fim definitivo da guerra, avisando ser uma “grave violação” ao acordado no atual acordo de cessar-fogo.
O Governo australiano anunciou hoje que, a partir de 01 de abril e por dois anos, os investidores estrangeiros estão impedidos de comprar casas no país, uma medida para responder ao aumento dos preços dos imóveis.
O primeiro-ministro de Israel disse hoje, após reunir com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, estar “em plena cooperação” com o Presidente dos Estados Unidos sobre a retoma da guerra em Gaza se os reféns não forem libertados.
O secretário de Estado norte-americano iniciou hoje, em Jerusalém, conversações com o primeiro-ministro israelita, um dia após terem sido libertados três reféns em Gaza em troca de prisioneiros palestinianos, no âmbito da trégua entre Israel e o Hamas.
O Governo português aponta a elevada procura e os "açambarcamentos" como os principais motivos para as dificuldades no agendamento de pedido de vistos em Luanda, onde são abertas 300 vagas por dia.
O grupo de países que formam o G7 reafirmou hoje o seu “apoio inabalável” à Ucrânia na defesa da sua liberdade e integridade territorial e ameaçou Rússia com novas sanções se Moscovo não negociar "de boa-fé".
O Papa Francisco nomeou a freira Raffaella Petrini como governadora do Estado da Cidade do Vaticano, tornando-se a primeira mulher a desempenhar este cargo, que iniciará em 01 de março, anunciou hoje o Vaticano.
O grupo islamita Hamas encorajou Israel a iniciar "sem demoras" a segunda fase das negociações do cessar-fogo, após a libertação hoje de mais três reféns israelitas que estavam na Faixa de Gaza.
O secretário geral das Nações Unidas disse hoje na União Africana que a soberania e integridade territorial da República Democrática do Congo (RD Congo) deve ser respeitada, apelando ao diálogo para evitar uma escalada regional.