MP pede 22 anos de cadeia para suspeitos de matarem homem em Miranda do Corvo

O Ministério Público (MP) pediu hoje uma pena de 22 anos de prisão para dois arguidos acusados de terem matado um homem em Miranda do Corvo, distrito de Coimbra, após armarem uma cilada.

© Folha Nacional

 

Os arguidos, uma mulher e um homem, presos preventivamente, estão acusados dos crimes de homicídio qualificado e detenção de arma proibida pela morte de João Ramos, de 58 anos, residente em Penela, no mesmo distrito, em 19 julho de 2023.

A acusação referiu que a arguida, agora com 31 anos, teria um relacionamento com a vítima que desejava terminar e que delineou um plano para o matar, com a ajuda de dois homens que frequentavam a pastelaria em que trabalhava, no centro de Penela, onde também residia.

O crime terá sido cometido com recurso a armas brancas numa estrada por alcatroar junto ao nó da autoestrada 13 em Lamas, no concelho de Miranda do Corvo, tendo o relatório da autópsia identificado 13 golpes no corpo do ofendido.

Um dos homens envolvidos fugiu do país e não foi julgado.

Nas alegações finais, no Tribunal Judicial de Coimbra, o procurador do MP considerou validada a prova documental e pericial, bem como os vestígios nas duas viaturas usadas, para pedir a condenação a 22 anos de cadeia pelos crimes de homicídio qualificado e detenção de arma proibida.

O magistrado salientou a “brutalidade e o modo” como a vítima foi surpreendida na “cilada” preparada pelos arguidos para justificar aquela pena.

A defesa dos arguidos discordou da tipologia de crime premeditado e pediu apenas a condenação por homicídio simples, deixando cair o de detenção de arma proibida e apontando várias falhas à investigação da Polícia Judiciária (PJ).

Para a advogada Mara Rita Alves, defensora da arguida, considerada a mandante do crime, não houve qualquer premeditação e o crime devia ser tipificado como homicídio por negligência.

“Não se sabe o que aconteceu até ao dia de hoje”, frisou a causídica, criticando a investigação da PJ e a acusação por apontar a sua cliente como mandante do crime.

“Onde é que numa hora três pessoas conversam e a troco de nada, porque não há nada nos autos que provem esta conotação, gizam um plano para matar”, questionou Mónica Costa.

As duas advogadas de defesa pediram ao coletivo de juízes liderado por Rui Pacheco Duarte penas de prisão “mínimas” por “insuficiente recolha de prova”.

“Ficámos muito aquém do que era esperado pela investigação, que fala num plano prévio e não traz nada que o prove, nem diz quais as motivações e os moldes”, disse Mónica Costa, defesa do único homem arguido.

A sentença está marcada para 11 de outubro, às 14:00, no Tribunal Judicial de Coimbra.

Últimas do País

Os portugueses estão a gastar mais nas férias de verão deste ano face a 2024, segundo o mais recente Barómetro de Viagens da ANAV — Associação Nacional de Agências de Viagens.
A Provedoria de Justiça alertou esta terça-feira para a falta de cumprimento generalizado das obrigações e da legislação sobre o ruído, bem como da fiscalização e monitorização, criticando sobretudo as autarquias.
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia e a Associação dos Profissionais da Guarda pediram, esta terça-feira, à tutela para que retome "com a maior brevidade" as negociações iniciadas no anterior Governo, admitindo avançar com protestos na ausência de respostas.
Uma boia colocada no oceano ao largo de Faro registou temperaturas da superfície do mar “significativamente superiores” à média dos últimos 20 anos, o que indica uma “onda de calor marinha”, informou esta terça-feira, a Autoridade Marítima Nacional (AMN).
Vinte concelhos dos distritos de Faro, Portalegre, Castelo Branco, Santarém, Viseu e Guarda estão hoje em perigo máximo de incêndio rural, segundo o IPMA, que prevê um agravamento deste risco nos próximos dias.
A Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (Frontex) anunciou hoje que está em contacto com as autoridades portuguesas e que vai investigar o naufrágio que envolveu um barco de patrulha costeira da Polícia Marítima portuguesa.
Disciplina com melhores resultados médios foi Inglês, como 14,1 valores.
A Polícia Judiciária realizou buscas na Polícia Municipal de Loures por suspeitas de corrupção, falsificação de documentos e abuso de poder. A operação incluiu 15 mandados e envolveu cerca de 30 inspetores. Estão em causa práticas ilegais ligadas a contraordenações, horas extra e serviços prestados a privados.
O diretor do serviço de ortopedia do Hospital de Santa Maria, Paulo Almeida, demitiu-se esta terça-feira devido à falta de profissionais para as escalas. Doze ortopedistas recusaram fazer horas extraordinárias. A administração enfrenta várias mudanças e polémicas recentes.
Um imigrante argelino em situação ilegal esteve sete meses a ocupar uma cama no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, mesmo depois de ter alta. Sem documentos e com problemas psicológicos, resistiu à detenção policial. Foi finalmente detido e encaminhado para centro temporário no Porto.