Irão agrava lei contra mulheres que se recusem a usar o véu islâmico

A organização Human Rights Watch (HRW) denunciou esta segunda-feira o projeto-lei iraniano que agrava as sentenças das mulheres que não usem o véu islâmico considerando que se vai verificar “resistência” contra as autoridades.

© D.R.

Em vez de aceitar o movimento cívico que pede reformas, o regime iraniano responde de forma autocrática silenciando as mulheres com “leis de indumentária mais repressivas”, acusa em comunicado a investigadora da HRW para o Irão, Nahid Naghshbandi.

“Esta lei vai provocar uma forte resistência e desafio por parte das mulheres” no Irão e no estrangeiro, acrescentou.

A lei castiga com penas até cinco anos de prisão a falta de uso do véu. A legislação que vai ser promulgada pelo Presidente do Irão foi aprovada pelo Parlamento do Irão em 2023 e ratificada no passado mês de setembro pelo Conselho de Guardiães, o organismo que propõe, aprova ou veta a lei sobre indumentária.

O atual chefe de Estado, Masud Pezeshkian, tinha prometido durante a campanha eleitoral que ia flexibilizar as políticas referentes à indumentária islâmica.

A nova lei, com 71 artigos, obriga ao uso do véu criminalizando os atos de desobediência civil adotados por muitas mulheres do Irão após a morte de Mahsa Amini, vítima da polícia em 2022 após ter sido presa por não usar a indumentária obrigatória.

A morte da jovem iraniana de origem curda provocou fortes protestos e deu origem a movimento Mulheres, Vida e Liberdade.

Para a HRW, organização não-governamental com sede nos Estados Unidos, a lei que vai endurecer o controlo governamental sobre a vida das mulheres prevê também, além de multas e penas de prisão, o encerramento de estabelecimentos comerciais ou instituições das iranianas que “não respeitem” a nova ordem.

Outras medidas são as retenções salariais e proibição de viagens.

Um dos artigos refere que são castigadas a 10 anos de prisão “os casos de nudez ou ‘semi-nudez’ pública” ou o “uso de roupa socialmente considerada equivalente a nudez” mas não especifica a roupa proibida.

As autoridades iranianas tentam desde 2022 repor o uso do véu islâmico com castigos como a apreensão de veículos e com a presença reforçada da polícia de costumes que tem como função prender as mulheres que não usem a indumentária imposta pela regime.

De acordo com a HRW, muitas iranianas não usam o véu como gesto de desobediência e afronta à lei da República Islâmica do Irão.

Últimas de Política Internacional

O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, vai na quinta-feira ser ouvido numa comissão de inquérito parlamentar sobre suspeitas de corrupção no governo e no partido socialista (PSOE), num momento raro na democracia espanhola.
A Venezuela tem 1.074 pessoas detidas por motivos políticos, segundo dados divulgados na quinta-feira pela organização não-governamental (ONG) Encontro Justiça e Perdão (EJP).
Na quarta-feira, o primeiro governo liderado por uma mulher em Itália cumpre três anos de mandato (iniciado a 22 de outubro de 2022).
A Polónia aprovou uma nova lei que isenta do pagamento de imposto sobre o rendimento todas as famílias com pelo menos dois filhos e rendimentos anuais até 140 mil zlótis (cerca de 33 mil euros).
O Parlamento Europeu (PE) adotou hoje legislação que facilita a retirada do direito de viajar sem visto para a União Europeia (UE) a partir de países que apresentem riscos de segurança ou violem os direitos humanos.
A Comissão Europeia disse hoje apoiar o plano do Presidente norte-americano, Donald Trump, para acabar com o conflito em Gaza, quando se assinalam dois anos da guerra e negociações indiretas estão previstas no Egito entre Israel e o Hamas.
O primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, apresentou hoje a sua demissão ao Presidente, Emmanuel Macron, que a aceitou, anunciou o Palácio do Eliseu num comunicado, mergulhando a França num novo impasse político.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, vai encontrar-se com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ao início da tarde, em Copenhaga, na Dinamarca, para uma reunião bilateral.
A presidente da Comissão Europeia saudou hoje o plano do Presidente norte-americano, Donald Trump, para terminar com a guerra em Gaza e que já tem aval israelita, indicando que a União Europeia (UE) “está pronta para contribuir”.
O partido pró-europeu PAS, da Presidente Maia Sandu, venceu as eleições legislativas na Moldova com mais de 50% dos votos, e deverá manter a maioria absoluta no Parlamento, segundo resultados oficiais após a contagem de 99,52% dos votos.