Nesta nova “sondagem nacional” não vinculativa, intitulada “A Hungria pode fazê-lo”, afirma-se que é importante que o país “aspire à neutralidade económica e não se junte à guerra fria comercial ditada por Bruxelas” contra países como a China ou a Rússia.
Estes inquéritos são um instrumento político do Governo do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, para justificar as suas políticas.
O Governo já realizou catorze inquéritos desde 2010 sobre questões como a restrição da migração ou a defesa da família tradicional.
As perguntas colocam as posições do Governo como uma realidade incontestável, com duas respostas possíveis: uma que apoia a tese oficial, formulada de forma positiva, e uma alternativa, geralmente atribuída a Bruxelas, mais negativa.
“Bruxelas lançou uma guerra comercial contra os países de Leste, sobretudo a China e a Rússia. Na sua opinião, todos os países da UE devem aderir às políticas de sanções anunciadas e às medidas comerciais punitivas, mesmo que isso prejudique a sua economia”, lê-se na primeira pergunta.
Esta pergunta afirma que o Governo defende a neutralidade económica e que, assim, conseguirá um crescimento económico acima da média da UE.
Após esta introdução, são dadas duas opções possíveis: “A neutralidade económica é necessária” e “A guerra comercial é justificada e a Hungria deve aderir”.
As perguntas seguintes abordam vários programas anunciados pelo Governo em matéria de independência económica, apoio às Pequenas e Médias Empresas (PME), aumentos salariais, créditos para jovens trabalhadores ou diferentes subsídios.
Na penúltima pergunta, o questionário afirma que a resposta de Bruxelas à diminuição da população passa pela imigração, enquanto a resposta de Budapeste consiste em conceder benefícios fiscais às famílias húngaras com filhos e pede aos cidadãos, sem mais contexto, que digam qual destas opções preferem.
A consulta termina com críticas a Bruxelas devido a uma multa de 200 milhões de euros imposta pelo Tribunal de Justiça Europeu por não ter cumprido uma decisão que obrigava o país a garantir aos requerentes de asilo o acesso aos procedimentos legais.
“A punição é ultrajante e a Hungria tem o direito de optar por não receber e distribuir migrantes” e “a Hungria também deve adotar a política de migração de Bruxelas” são as respostas do questionário sobre o assunto.