Governo e AIMA alertam que número de imigrantes vai aumentar

O reagrupamento familiar vai contribuir para um novo aumento de imigrantes em Portugal, avisou hoje o governo português e a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), com o ministro da Presidência a defender "moderação".

© LUSA/ MIGUEL A. LOPES

O reagrupamento familiar “implica a entrada de mais pessoas e, portanto, precisamos de moderação também na solução”, avisou o ministro Leitão Amaro, à margem de mais um debate do ciclo de conferências “Lisboa – Uma Cidade para todos”, desta vez sobre imigrantes.

“Nós temos muito para fazer nas regras, na regulação e no controlo” de quem chega, salientou o ministro, admitindo que “há uma razão de integração para o reagrupamento familiar”, porque “dá mais estabilidade às pessoas”.

Dos 446 mil processos pendentes de manifestações de interesse [um recurso que permitia a regularização de imigrantes que tinham entrado sem visto de trabalho em Portugal] existentes há um ano, cerca de 170 mil foram extintos por falta de resposta dos requerentes e 35 recusados, mas quem viu o seu processo aprovado tem direito a pedir o reagrupamento familiar.

Por isso, “temos muito para fazer” e é necessário “reforçar o acompanhamento aos alunos nas escolas” ou “acesso ao Serviço Nacional de Saúde português”, com apoio a quem “não fala a mesma língua”, explicou Leitão Amaro.

Além disso, o futuro governo deve promover o “reforço da habitação para todos, não apenas estrangeiros, mas para todos”, para que “não se verifiquem as situações miseráveis de 20 e 30 pessoas acumuladas nas traseiras de uma loja ou num apartamento com um quarto”.

Em 10 anos, o número de estrangeiros em Portugal quadruplicou, passando de 400 mil para 1,6 milhões, um número que irá aumentar, disse César Teixeira, vogal do Conselho Diretivo da AIMA.

Os 250 mil imigrantes em vias de regularização via manifestações de interesse e os 210 mil com visto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) passam a ter direito ao reagrupamento familiar.

Para já, os serviços estão a dar prioridade a “10 mil reagrupamentos familiares com menores que estejam em território nacional”, mas os restantes “também têm direito”.

A esses números somam-se os 50 mil processos pendentes que só agora estão a ser tratados referentes ao denominado período transitório — pessoas que já estavam em Portugal e descontavam, mas não tinham ainda apresentado a manifestação de interesse aquando o fim desse mecanismo, há exatamente um ano.

No total, trata-se de “um número que poderá estar em condições de poder requerer o reagrupamento familiar” e, “sem criar alarmismos, estamos a falar de situações que devem merecer reflexão”, considerou César Teixeira.

“Isto é um problema e perante um problema temos de olhar para ele de frente”, promovendo a regulação, acrescentou o dirigente da AIMA, recordando que só este ano os serviços verificaram 300 mil registos criminais.

“Aquilo que podemos verificar é que tivemos milhares de pessoas sobre as quais nós não conhecíamos sequer antecedentes criminais”, salientou.

Agora, a prioridade da AIMA é a renovação dos títulos de residência de quem já está, documentos que têm sido “artificialmente renovados por sucessivos anos”, pelo que será lançada, em breve, uma “mega-operação” nesse sentido.

“É hora de entrarmos num clima de normalidade da gestão migratória”, afirmou.

Últimas do País

Um polícia foi hoje agredido com uma arma branca no Prior Velho, no concelho de Loures, e encontra-se internado em estado “reservado”, disse à agência Lusa fonte do Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP.
A presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Luísa Salgueiro, garantiu hoje que os municípios estão disponíveis para discutir a revisão da lei eleitoral para as autarquias, aguardando por uma proposta concreta do Governo.
O apagão de abril resultou de uma "combinação de fatores" que provocaram elevada sobrecarga de tensão que o sistema elétrico de Espanha foi incapaz de absorver por diversos motivos, incluindo "má planificação" do operador, revelou hoje o Governo espanhol.
A época de exames nacionais começa hoje com mais de 160 mil alunos do 11.º e 12.º anos inscritos para realizarem até ao final do mês as provas que permitem concluir o ensino secundário e concorrer ao superior.
A Polícia de Segurança Pública (PSP) está a realizar buscas hoje de manhã em Lisboa, em Loures, Sintra, Amadora e Odemira, no âmbito de agressões ocorridas na Rua do Benformoso, na capital, anunciou aquela força de segurança.
Um sismo de magnitude 2,4 na escala de Richter foi hoje sentido no concelho de Peniche, no distrito de Leiria, sem causar danos pessoais ou materiais, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Treze doentes permanecem internados no serviço de urgência da Unidade Local de Saúde (ULS) de São José, em Lisboa, alguns já há muitos dias, apenas à espera de uma resposta social, alertou à Lusa o enfermeiro Paulo Barreiros.
O Tribunal de Braga aplicou hoje penas entre os oito e os 14 anos de prisão a um grupo internacional acusado de introduzir na Península Ibérica, por via marítima, grandes quantidades de cocaína dissimulada em contentores de fruta.
As farmácias podem a partir de hoje ter acesso imediato à informação sobre a disponibilidade dos medicamentos, permitindo saber se a quantidade disponível de determinado fármaco é limitada, se está em rutura ou até sem ‘stock’ no distribuidor.
Portugal já retirou portugueses do Irão e está em curso uma operação de repatriamento em Israel, para responder aos 130 pedidos de repatriamento registados até ao momento, disse hoje o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.