HUMILHAÇÃO DA PORTUGALIDADE?

O Dia de Portugal deveria ser, por excelência, uma ocasião de exaltação positiva da nossa História, da nossa cultura e da nossa identidade.
Mas o que se assistiu em Lagos no passado 10 de Junho foi precisamente o oposto. Apesar do momento solene de homenagem aos antigos combatentes, com um minuto de silêncio, os discursos foram marcados por uma falta de vergonha histórica: reduziram a presença portuguesa no mundo à escravidão e ao saque. Este revisionismo ignora completamente o contributo civilizacional de Portugal e o papel que o país desempenhou na construção de pontes entre continentes, culturas e povos.

Enquanto se deturpa o passado com base em chavões ideológicos, silencia-se a realidade presente. Hoje, em pleno solo nacional, assiste-se ao crescimento de formas modernas de escravidão, tráfico humano, criminalidade violenta e ocupações ilegais — muitas delas protagonizadas por redes criminosas ligadas à imigração descontrolada. Sobre isto, nenhum reparo. Pelo contrário, promove-se um discurso que, em nome de uma suposta “miscigenação generalizada”, tenta apagar fronteiras, identidades e responsabilidades.

É particularmente ofensivo que o Presidente da República, já no fim do seu mandato, venha agora falar de compensações para os ex-combatentes, cinquenta anos depois dos acontecimentos, quando a esmagadora maioria dos que combateram — e muitos dos seus pais — já não estão entre nós. Uma nota, no entanto, merece destaque positivo: A forma calorosa e espontânea como o Presidente André Ventura foi recebido por muitos populares, mesmo perante o bloqueio e a manipulação contínua da comunicação social.

O que se passou em Lagos não foi uma celebração de Portugal, mas sim uma tentativa orquestrada de humilhação da nossa identidade nacional. Contra este revisionismo e contra esta inversão de valores, cabe-nos continuar a afirmar com orgulho aquilo que somos, de onde viemos e para onde queremos ir.

Editoriais do mesmo Autor

O mal-estar de Montenegro era visível na sua primeira intervenção após serem anunciados os resultados eleitorais na Madeira. Quis colar-se a uma vitória clara, para quebrar o jejum do PSD e dar balanço à sua liderança, mas os factos são factos: embora coligado com o CDS, o partido perdeu a maioria absoluta. Além do fracasso […]

O PS é o partido que mais anos governou desde o 25 de abril e, por isso mesmo, é também o maior responsável pelo estado em que nos encontramos. O ‘partido do regime’, durante os seus já 25 anos de governação, tem vindo a depauperar os serviços públicos de forma constante e sustentada. Da saúde […]

Este Governo, e em particular o seu primeiro-ministro, têm uma enorme dificuldade em relatar os factos tal e qual como são. Veja-se o recente caso da ida de Costa à Hungria, para comparecer na final da liga Europa. Apesar da paragem em Budapeste não constar da agenda oficial do primeiro-ministro português, a verdade é que […]

É certo que o legado destes últimos 50 anos não é famoso, mas o Partido Socialista consegue sempre surpreender a cada dia que passa e os episódios mais recentes da governação mostram como é possível descer ainda mais baixo no que se refere à degradação da política e das suas instituições. Veja-se o ‘caso TAP’. […]

Todos nos lembramos de como os socialistas protegeram e branquearam José Sócrates até à última hora, respondendo com agressividade a quem ousasse denunciar o ex-primeiro-ministro e todas as suspeitas que sobre si recaíam e que acabaram por levar à sua prisão preventiva e acusação no processo Marquês. Do círculo mais próximo de Sócrates fazia parte […]