André Ventura: “O mundo e a nossa Europa orientam-se para a Direita”

O presidente do CHEGA, André Ventura, considerou hoje que a Europa e o mundo "orientam-se para a direita" e defendeu que os partidos da sua família política são os "baluartes da defesa da liberdade".

Partido CHEGA

“O mundo e a nossa Europa não se orientam para a Esquerda, o mundo e a nossa Europa orientam-se para a Direita e nós vamos conduzir a Europa por reerguer-se como o muro da Direita do mundo. É para a Direita que nos orientamos”, afirmou.

André Ventura discursava em Lisboa, numa conferência organizada pelos Patriotas pela Europa, a família política europeia de extrema-direita na qual o CHEGA se insere.

O líder do CHEGA considerou que este grupo político é “verdadeiramente a alternativa da Europa” e os partidos que o integram os “baluartes da defesa da liberdade”.

“Nós temos de ser os baluartes da defesa da nova civilização e temos de ser os baluartes da defesa da dignidade. Isso significa uma guerra cultural, não uma guerra cultural contra a nossa própria cultura, é o contrário, é de defesa da nossa própria cultura”, argumentou, sustentando que a “cultura de liberdade, de pluralismo, a cultura de identidade está neste momento em causa”.

André Ventura, que é também candidato às eleições presidenciais do início do próximo ano, disse que a sua candidatura é pela “liberdade e pela defesa da identidade” portuguesa.

“Eu fico verdadeiramente entristecido quando vejo os outros três principais candidatos dizerem que não, Portugal não deve controlar a sua imigração, que as leis de estrangeiros não estão a ser bem feitas, que temos que ter cuidado com estas leis que aprovamos, como hoje a proibição da burca, ou que temos que ter cuidado com as questões de saúde e dos estrangeiros. A Europa não vai resolver os problemas do mundo inteiro, nós não podemos abrir as nossas portas ao mundo inteiro para resolver os seus problemas de saúde, de economia, de emprego, de felicidade”, salientou.

No seu discurso, o presidente do CHEGA referiu-se também à aprovação, no parlamento, do projeto de lei da sua bancada que visa proibir o uso de burca em espaços públicos.

“É uma vitória que não é partidária, é uma vitória do país”, defendeu, afirmando que “não é nenhuma perseguição contra nenhuma religião, não é nenhuma perseguição contra nenhuma minoria”.

Ventura alegou que “não há nenhuma mulher que ande de burca porque quer” e que “são oprimidas” pela cultura e pela religião.

O dirigente recusou também que as mulheres sejam tratadas como “uma mercadoria ou um objeto para ser escondido” e apontou que “isto nem sequer devia ser um debate de esquerda e de direita, devia ser um debate entre a decência e a indecência, entre os valores certos e os valores errados”.

“E o que eu noto com muita curiosidade é que aquelas mulheres feministas de esquerda que passaram anos a bater no peito e a de falar de igualdade entre homens e mulheres, hoje tenham sido as primeiras a insurgir-se contra uma lei que visava sobretudo defender as mulheres”, criticou.

Antes, em declarações aos jornalistas antes de entrar para o Centro Cultural de Belém, o presidente do CHEGA disse que o projeto de lei foi aprovado na generalidade “de boa fé” e tem “a garantia do PSD” de que “o essencial se vai manter”.

“Podemos ter aspetos técnicos da lei que venham a ser melhorados ou limados, ou concretizados, mas o essencial vai se manter, em Portugal não são admitidas burcas, em Portugal não podemos admitir práticas nem costumes que diminuam as mulheres, nem que toquem no essencial que é, em Portugal, homens e mulheres são iguais e qualquer religião, cultura, seita ou valores que ponham em causa esta igualdade para nós não devem ser permitidas”, defendeu.

Questionado se teme que a lei possa vir a ser travada pelo Tribunal Constitucional, André Ventura disse que espera que tal não aconteça, mas se acontecer, é a prova de que a Constituição tem de ser alterada.

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