“Esta vitória é das pessoas de São Vicente”

Pela primeira vez em Portugal, o partido CHEGA assume o controlo de uma Câmara Municipal. São Vicente, na Madeira, foi o palco desta viragem política, com uma vitória absoluta em todos os órgãos autárquicos do concelho. José Carlos Gonçalves, agora presidente da autarquia, falou em exclusivo ao Folha Nacional sobre os desafios que se avizinham, as prioridades para o mandato e o significado desta conquista para os vicentinos e para o país.

© D.R.

Como recebeu os resultados das eleições?

Recebi-os com emoção e, sobretudo, com um enorme sentido de responsabilidade. Esta vitória não é minha, é das pessoas de São Vicente. É dos trabalhadores, dos agricultores, dos jovens e dos nossos seniores que acreditaram que a mudança era possível. É a vitória de um povo que disse “basta” a décadas de estagnação. Não foi uma conquista individual, mas o resultado do esforço coletivo de uma equipa dedicada, que nunca desistiu.

Foi uma campanha intensa. O que o levou a avançar com a candidatura?

Avancei por dever de consciência. Sou de São Vicente, nasci e cresci aqui. Este concelho é o meu lar e senti que era hora de fazer algo pela minha terra. Durante anos, fomos governados pelos mesmos, sem ambição nem inovação. A população estava descrente, e era preciso mostrar que havia alternativas. O CHEGA deu-nos essa possibilidade e nós agarrámo-la com convicção. Quisemos trazer verdade, trabalho e amor à terra, e conseguimos.

“Esta vitória não é minha, é das pessoas de São Vicente. É dos trabalhadores, dos agricultores, dos jovens e dos nossos seniores que acreditaram que a mudança era possível.”

Como descreve a equipa que o acompanhou nesta caminhada?

Foi determinante. Esta foi uma candidatura feita por pessoas comuns, mas extraordinárias. Gente da terra, que sente os problemas na pele: mecânicos, agricultores, pequenos empresários, mães e pais de família. Uma equipa genuína e humilde, que representa verdadeiramente o concelho. O CHEGA confiou em nós, deu-nos voz e apoiou-nos desde o início — isso fez toda a diferença. A vitória é deles tanto quanto minha.

Quais são as prioridades imediatas para o novo executivo municipal?

As pessoas vêm sempre em primeiro lugar. Vamos governar com respeito, justiça e total transparência. Uma das primeiras medidas será a reabertura das Grutas de São Vicente, um dos maiores tesouros naturais do concelho, que tem estado esquecido e encerrado. Queremos devolver-lhe vida, segurança e projeção turística, porque isso significa emprego, comércio ativo e população mais fixa.

Vamos também avançar com a criação de um Gabinete de Apoio ao Agricultor. Teremos técnicos no terreno, ao lado dos produtores. A agricultura é vital para o nosso futuro — não pode continuar a ser ignorada.

E a nível de serviços básicos e instituições locais?

Já iniciámos o plano de limpeza das ruas e de manutenção dos espaços públicos. A imagem do concelho tem de melhorar — e rapidamente. Vamos também reforçar o apoio e a articulação com entidades essenciais como os Bombeiros Voluntários e a ADENORMA. São instituições que realizam um trabalho fundamental junto da comunidade e merecem mais reconhecimento e melhores condições para operar.

A vitória do CHEGA em São Vicente é vista como um marco político nacional. Sente esse peso?

Claro que sim. Somos a primeira Câmara do país a ser liderada pelo CHEGA, e isso tem um significado profundo. Mostra que é possível romper com o sistema instalado, com os velhos vícios da política. São Vicente tornou-se um símbolo de coragem e de mudança. Mas o mais importante agora é provar que sabemos governar. Não queremos fazer barulho, queremos fazer trabalho — rigor, proximidade e resultados concretos.

O presidente do CHEGA, André Ventura, vai estar presente na tomada de posse. O que representa essa presença?

É um momento importante para o partido, e a presença do Dr. André Ventura reforça isso mesmo. Ele sempre acreditou neste projeto, apoiou-nos desde o primeiro momento e nunca deixou de estar ao nosso lado. Esta vitória também é dele. A tomada de posse, no dia 25 de outubro, às 17h30, será o ponto de partida para uma nova forma de fazer política — mais próxima, mais séria e mais eficaz.

Que mensagem deixa aos vicentinos?

Que esta vitória é de todos, sem exceção — também daqueles que não votaram em nós. Vamos governar com diálogo e com verdade. A política precisa de recuperar a confiança das pessoas, e é isso que nos propomos a fazer. Queremos que São Vicente volte a ser motivo de orgulho, para quem cá vive e para quem nos visita. O nosso compromisso é claro: trabalhar todos os dias por um concelho mais justo, mais limpo e mais próspero.

Últimas do País

A consultora do antigo ministro do PS vai receber mais de 46 mil euros do Instituto Camões para um estudo de dois meses sobre educação em Timor-Leste. O negócio, feito por consulta direta, está a gerar polémica pela proximidade política e pelo valor atribuído.
Fogo deflagrou de madrugada na rua Dr. Miguel Bombarda e mobilizou mais de 30 operacionais. Três edifícios ficaram gravemente danificados, mas não há feridos.
Uma mulher de 49 anos morreu hoje após ter sido “atropelada pelo próprio carro” numa rua de São Domingos de Benfica, na cidade de Lisboa, informou à Lusa fonte da Polícia de Segurança Pública (PSP).
Proprietário foi raptado por três assaltantes quando fechava o estabelecimento. Vítima foi agredida e obrigada a entregar cartões bancários. Suspeitos estão em fuga.
O Serviço de Medicina Reprodutiva da Unidade Local de Saúde (ULS) da Cova da Beira fez, em 15 anos de atividade, que se assinalam domingo, tratamentos que levaram ao nascimento de mais de 220 bebés.
O tempo médio de espera para doentes urgentes no serviço de urgência do Hospital Amadora-Sintra ultrapassou esta manhã as 10 horas, de acordo com o portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A Web Summit arranca em Lisboa na segunda-feira, com mais de 900 oradores e mais de 70.000 participantes, de acordo com dados da organização, num evento onde a inteligência artificial (IA) continua em destaque.
Um sismo de magnitude 3,8 na escala de Richter foi sentido hoje na ilha açoriana do Faial, informou o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA).
Um homem, de 72 anos, morreu hoje durante um assalto à ourivesaria de que era proprietário, em Arraiolos, no distrito de Évora, estando os dois suspeitos do crime em fuga, revelou uma fonte da GNR.
A PSP apreendeu hoje várias armas na Figueira da Foz, que se suspeita que eram usadas por um homem para causar medo à sua companheira, afirmou o Comando Distrital.