Cerca de 4.300 jovens encheram hoje o Portimão Arena para participarem no festival “Welcome to Paradise”, um dos eventos prévios à Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que reuniu cristãos de 63 países num encontro de conhecimento, partilha e oração.
Grupos de jovens de diversas procedências do mundo começaram cedo a chegar ao pavilhão para participarem na iniciativa, organizada pela comunidade francesa “Chemin Neuf” (em português, Caminho Novo), que contou com uma intervenção da irmã Albertine Debacker e uma eucaristia com o bispo do Algarve, D. Manuel Quintas.
Entre esses jovens, a reportagem da agência Lusa encontrou Krystyna, de nacionalidade ucraniana, que se mostrou “muito satisfeita” por poder participar na JMJ em Portugal e “conhecer pessoas de vários pontos do mundo”, mas “sem esquecer” a guerra que afeta o seu país depois da invasão da Rússia.
“Espero que Deus nos ajude a acabar com esta guerra o mais rápido possível, mas estamos aqui [no Algarve] e vamos também estar em Lisboa. Tem estado muito calor, em comparação com o meu país, mas quero aproveitar este evento em comunidade para conhecer muitas pessoas e aprofundar a minha relação com Deus”, disse Krystyna, preferindo não revelar o seu último nome.
A jovem ucraniana adiantou que em Lisboa vai juntar-se a mais pessoas da Ucrânia e, ao ser questionada sobre se a visita a Portugal para participar na JMJ a abstrai da guerra, respondeu que não é possível desligar-se totalmente porque está “sempre a receber mensagens e em contacto com a família e amigos”.
Provenientes da América do Sul, as brasileiras Marcela Abreu e Mariana Sousa, ambas do estado de Minas Gerais, disseram à Lusa que a sua presença em Portugal para os eventos prévios da JMJ e para a deslocação da próxima semana a Lisboa “tem sido uma experiência maravilhosa”.
Mariana Sousa destacou a importância de os participantes poderem conhecer “jovens de tantas partes do mundo” e terem acesso a um “contacto cultural que tem sido maravilhoso”, numa “cidade de Portimão que também é muito bonita”.
“Acho que é uma experiência única para a gente, porque há poucos momentos na nossa vida em que podemos ter contacto com pessoas de vários países que também acreditam em Deus e têm a mesma crença”, afirmou a compatriota Marcela Abreu.
Sobre o acolhimento no Algarve, Mariana Sousa disse que está “tudo muto bem organizado” e que ficou “muto satisfeita” com alojamento e a receção que teve.
“Está tudo bem arrumado no alojamento e estamos, graças a Deus, muito satisfeitas, é tudo muto seguro, muito limpo e muito lindo, muito obrigada pela acolhida”, agradeceu.
O francês Christie Joel mostrou-se “surpreendido” com o que encontrou logo na quarta-feira à noite, quando o festival teve início no Portimão Arena, com música e momentos de oração entre os milhares de participantes do evento e que escolheram o Algarve para a semana das dioceses que antecede a JMJ em Lisboa.
“O tempo está muito bom, tudo tem corrido bem, e o primeiro espetáculo, na noite passada, foi muito bom e inesperado, porque pensava que isto ia ser como umas férias, mas havia pessoas de África, dos Estados Unidos e de outras partes do mundo, e é incrível contar com pessoas de 63 países. O melhor é mesmo a partilha com pessoas de outros países, é uma experiência para mim mais forte do que propriamente assistir aos eventos com o Papa em Lisboa”, considerou.
Florent Nouschi, da comunidade “Chemin Neuf”, explicou à Lusa que, após a receção aos participantes e abertura na quarta-feira à noite, o festival prosseguiu hoje de manhã, tendo como um dos pontos altos a intervenção da irmã Albertine Debacker, religiosa que trabalha em Lyon (França) e que se tem destacado nas redes sociais.
Os jovens presentes em Portimão também puderam depois assistir a uma eucaristia com o bispo do Algarve, Manuel Quintas, enquanto a tarde está reservada para “atividades diversas, como ‘workshops’, desporto ou passeios de barco”, que se realizam um pouco por todo o concelho de Portimão.
Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da JMJ, considerada o maior acontecimento da Igreja Católica e que vai decorrer entre os dias 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.