Sindicato dos Funcionários Judiciais antevê “caos” na reabertura dos tribunais

Facebook/sfjudiciais

O presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ) antecipou hoje um caos na reabertura dos tribunais, com a greve dos oficiais de justiça, a aplicação da amnistia, a distribuição de processos pendentes das férias e o movimento dos trabalhadores.

Em declarações à Lusa, António Marçal estimou que a adesão dos funcionários judiciais à greve agendada para esta sexta-feira (entre as 09:00 e as 17:00) “vá ser bastante elevada” e que, sem serviços mínimos, a maioria dos tribunais vão estar encerrados no dia do regresso efetivo da atividade judicial após um mês e meio de férias.

“É também o dia em que produz efeitos o movimento dos oficiais de justiça, com algumas centenas de oficiais em trânsito para os novos tribunais. Para ajudar a este grande problema, é amanhã que entra em vigor a lei da amnistia, mas é também amanhã que tem de ser feita a distribuição dos processos que não foram distribuídos durante as férias judiciais, o que vai complicar ainda mais esta situação”, afirmou.

Segundo o presidente do SFJ, a anunciada admissão de 200 novos oficiais de justiça não vai atenuar a situação, uma vez que as duas primeiras semanas são de formação, “pelo que só a partir de dia 15 é que estarão efetivamente nos tribunais a iniciar funções”.

Além disso, o dirigente sindical duvida que todos os trabalhadores aceitem as suas colocações, nomeadamente em Lisboa.

“As três comarcas de Lisboa vão ter 115 colocações e tenho muitas dúvidas de que todos eles venham a aceitar. Aliás, se forem obrigados a residir nessa área, com um ordenado que não chega aos 800 euros, dificilmente as pessoas poderão suportar o custo de uma habitação”, observou, salientando que estes funcionários “fazem muita falta” nas secretarias.

O SFJ anunciou em julho que a reabertura do ano judicial, em 01 de setembro, ficará marcada por uma greve geral, à qual se seguirão, a partir de segunda-feira, greves num formato inovador, alternadas ou rotativas.

“É uma greve que se inicia à hora para qual a agenda do magistrado tem as diligências designadas e que termina, da parte da manhã, às 12:30”, e depois, “da parte da tarde, inicia-se também com a hora da marcação da diligência e termina às 17:00”, explicou.

Segundo António Marçal, estas greves “não terão de ser iguais em todo o país, mas irão ocorrer até 31 de dezembro de 2023, em paralelo com greves mais clássicas de paralisação total ou parcial por núcleos ou comarcas”, acompanhadas de concentrações de funcionários judiciais.

Questionado hoje sobre o impacto que as greves do SFJ já tiveram desde o início de 2023, António Marçal assumiu um cálculo “muito cauteloso” e frisou o “efeito dominó” de cada adiamento.

“O número é muito superior a 100 mil diligências que foram adiadas. E em termos de outros atos processuais – desde citações, notificações ou pedidos de informações -, estaremos a falar de mais de cinco milhões de atos por cumprir. Com o manter do protesto e, principalmente, uma falta de aposta do Ministério da Justiça em robustecer os recursos humanos, isto tenderá a agravar-se e recuperar este tempo perdido irá demorar cerca de dois anos”, frisou.

Perante as reivindicações não atendidas pelo Ministério da Justiça, apesar das sucessivas greves, o líder sindical avisou que “todas as medidas de luta são admissíveis e serão devidamente ponderadas”, deixando duras críticas ao Governo.

“Obrigar um funcionário a trabalhar depois da hora sem pagar um único cêntimo consubstancia um crime de escravatura”, disse, concluindo: “Todas as ações estão em cima da mesa, inclusive o recurso à via judicial, que tem sido aquela que tem vindo a permitir que algumas das nossas reivindicações sejam concretizadas, uma vez que estamos a falar de atos ilícitos e ilegais por parte do Ministério da Justiça”.

O SFJ exige no imediato a abertura de concurso para acesso a todos os lugares e categorias que se encontrem vagos e a inclusão do suplemento de recuperação processual no vencimento, também com retroativos a janeiro de 2021 e pago em 14 meses, tal como, recorda o sindicato, esteve previsto em dois Orçamentos do Estado.

Últimas do País

Cinco mortos e dois feridos graves é o resultado de uma colisão entre dois automóveis ocorrida hoje no Itinerário Principal 2 (IP2), no concelho de Beja, disse à Lusa fonte da Proteção Civil, indicando que a estrada está cortada.
Uma sondagem promovida nas redes sociais pelo Folha Nacional revelou uma posição clara da opinião pública sobre a permanência de políticos arguidos por corrupção no cargo. A questão colocada – "Um político arguido por corrupção deve continuar no cargo?" – recebeu uma resposta unânime: 100% dos participantes afirmaram que não
O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) considerou hoje que a reunião com o INEM "foi muito produtiva" e que em 01 de fevereiro de 2025 haverá um novo protocolo com as regras de transporte de doentes urgentes.
Rúben Oliveira (“Xuxas”) foi hoje condenado a 20 anos de prisão em cúmulo júridico num processo em que estão em causa acusações de tráfico de droga, associação criminosa e branqueamento de capitais.
A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) alertou hoje para o aumento do número de profissionais em situação ilegal no Serviço Nacional de Saúde e no setor social, onde apenas 4,1% dos dentistas exercem a profissão em hospitais ou centros de saúde.
A Polícia Judiciaria (PJ) recapturou em Trás-os-Montes mais um evadido do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, o português Fernando Ribeiro Ferreira, anunciou a corporação.
A GNR sinalizou entre 01 de outubro e 15 de novembro 42.873 idosos que vivem sozinhos ou isolados, ou em situação de vulnerabilidade, no âmbito da Operação Censos 2024, anunciou hoje esta força de segurança.
A Fenprof quer que o ministério divulgue a eficácia das medidas para reduzir o número de alunos sem aulas, considerando que entre as já conhecidas, umas tiveram "fraco impacto" e outras poderão levar os docentes à exaustão.
Ocorreu uma explosão, possivelmente originada por um equipamento de refrigeração, na esquadra da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Portimão, no Algarve, que resultou em dois feridos, informa uma fonte do Comando Regional de Emergência e Proteção Civil.
A formação de técnicos de emergência pré-hospitalar (TEPH) deixará de ser dada exclusivamente pelo INEM a partir de 2025 e será externalizada em colaboração com as escolas médicas, anunciou hoje o presidente do instituto.