André Ventura afirmou que o CHEGA conseguiu um “resultado histórico”, com a eleição de “um grupo de quatro deputados e uma percentagem superior à que o CHEGA teve a nível nacional nas eleições legislativas do ano passado”.
O CHEGA conseguiu entrar no parlamento regional da Madeira, com a eleição de quatro deputados e 8,88% dos votos. Em 2019, quando se candidatou pela primeira vez a às eleições naquela região, o CHEGA tinha tido 619 votos (0,43%).
O presidente do CHEGA apontou igualmente que estas eleições demonstraram que “o CHEGA tem agora um eleitorado fixo, que não se altera, não muda e é firme independentemente de todos constrangimentos e chantagens”.
“A percentagem do CHEGA demonstra com toda a clareza que o eleitorado do CHEGA não se deixa mover por partidarismos e tem uma solidez e uma capacidade de mobilização que vão muito para além dos governos das diversas regiões”.
Numa declaração aos jornalistas na sede nacional do partido, em Lisboa, Ventura apontou que as sondagens que foram sendo conhecidas “davam ao CHEGA entre zero e dois deputados” e apontavam para um resultado “de 4%”.
“O CHEGA teve uma incrível votação, que nenhuma sondagem registou, e espero que uma vez na vida quem as faz, quem as produz, quem as divulga, retire também consequências e não peça aos políticos consequentemente que retire consequências, quando eles não fazem o mesmo”, afirmou.
O presidente do CHEGA criticou também a divulgação destes estudos com vários “dias de atraso”.
Considerando que o país está a entrar num “novo ciclo político” que “marca já uma grande mudança”, em que “a direita só tem maioria se o CHEGA lá estiver”.
“E isso provavelmente terá repercussões já nas eleições europeias do próximo ano, e também nas eleições dos Açores”, considerou.
O líder do CHEGA assinalou uma “enorme vitória do CHEGA e uma enorme derrota da coligação” PSD/CDS.
Também o PS teve uma “derrota clara”, acrescentou, considerando que o partido “tem de tirar as suas consequências”, assim como o líder socialista, António Costa, desafiando-o a refletir se o resultado do PS “não é também uma penalização e ele próprio enquanto primeiro-ministro”.
André Ventura apontou igualmente que o secretário-geral do PS e primeiro-ministro “esteve ausente da campanha” e considerou que “só aparecer onde ganha é muito mau”.
A coligação PSD/CDS-PP venceu hoje as eleições legislativas regionais da Madeira, mas falhou por um deputado a maioria absoluta, segundo dados oficiais provisórios.
De acordo com informação disponibilizada pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, os sociais-democratas e os centristas obtiveram 43,13% dos votos e 23 lugares no parlamento regional, constituído por um total de 47 deputados.
Há quatro anos, o PSD elegeu 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinha desde 1976, e formou um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados).