Macron avisa que destruição total do Hamas pode significar 10 anos de guerra

O Presidente de França, Emmanuel Macron, avisou hoje Israel para a necessidade de clarificar o objetivo da "destruição total do Hamas", pois tal pode traduzir-se em "dez anos" de guerra, e apelou para "esforços redobrados para um cessar-fogo duradouro".

© facebook.com/EmmanuelMacron

“Alguém acredita que a destruição total do Hamas é possível?”, questionou o Presidente francês numa conferência de imprensa à margem da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28), no Dubai, acrescentando: “Se for esse o objetivo, a guerra vai durar dez anos”.

Emmanuel Macron manifestou o receio de uma “guerra sem fim” entre Israel e o movimento islamita Hamas, em Gaza. Além da “preocupação” com o fim da trégua dos últimos dias, o chefe de Estado deixou conselhos e advertências a Israel.

“A resposta certa ao terrorismo não é um bombardeamento sistemático e permanente, não é arrasar um território inteiro ou bombardear todas as capacidades civis”, realçou.

Apesar de reconhecer que está em causa a “segurança duradoura” de Israel, isso não pode ser garantido se for “à custa de vidas palestinianas e, portanto, do ressentimento de toda a opinião pública da região”.

Neste sentido, apelou para “esforços redobrados para alcançar um cessar-fogo duradouro, para assegurar a libertação de todos os reféns ainda detidos pelo Hamas e para fornecer à população de Gaza a ajuda de que necessita urgentemente”.

O Chefe de Estado francês apelou ainda para que “seja dada a Israel a certeza de que a sua segurança foi restaurada, respondendo ao mesmo tempo às legítimas aspirações dos palestinianos, alcançando o objetivo político que é a promessa de dois Estados”.

“Quando se tem uma abordagem de segurança em que o desespero político alimenta todos os ressentimentos, não se está a construir a nossa própria segurança a longo prazo”, alertou Macron, sublinhando o “direito legítimo do povo palestiniano a ter um Estado”.

No que diz respeito à libertação dos reféns ainda detidos pelo Hamas, disse que “precisa de vários dias de trabalho”, referindo-se às “negociações em curso”. Quatro cidadãos franceses são considerados reféns ou desaparecidos desde 7 de outubro.

O Presidente francês deverá fazer uma escala no Qatar, no sábado à noite, para jantar com o Xeque Al-Thani, emir do país que está no centro das negociações de tréguas e da libertação dos reféns.

Últimas do Mundo

Um menino de dois anos foi esfaqueado mortalmente pelo irmão de seis anos na sua casa, em Joliet, no Estado de Illinois, a sudoeste de Chicago, anunciou hoje a polícia.
A primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, cujo país preside ao G7 este ano, assegurou hoje ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky a centralidade do apoio à Ucrânia no grupo das sete democracias mais poderosas.
A polícia da Indonésia anunciou a detenção de sete pessoas suspeitas de planearem um ataque ao papa durante a visita de Francisco ao país, que terminou na sexta-feira.
O pai do adolescente acusado de abrir fogo numa escola secundária no estado norte-americano da Geórgia (sudeste), e de matar quatro pessoas, foi acusado de permitir que o filho possuísse uma arma, disseram as autoridades.
Quase 1,6 milhões de venezuelanos receberam assistência da ONU, entre janeiro e julho de 2024, através de diferentes organizações locais e internacionais, segundo um relatório divulgado hoje pelo Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA).
O Uruguai decidiu na segunda-feira juntar-se a seis países que pediram ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para investigar a alegada responsabilidade do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em crimes contra a humanidade.
O Governo da Nova Zelândia anunciou hoje um aumento de 285% na taxa de entrada de turistas a partir de outubro, um imposto destinado a ajudar a manter os serviços públicos e a preservar o património.
Mais de 25.500 pessoas chegaram às ilhas Canárias desde o início do ano de forma irregular, em embarcações precárias conhecidas como 'pateras', um aumento de 123% em relação a 2023, revelou hoje o Governo de Espanha.
O Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, manifestou-se hoje “horrorizado” com a morte dos seis reféns que estavam em cativeiro na Faixa de Gaza desde outubro de 2023 e pediu um cessar-fogo.
Três polícias israelitas, incluindo uma mulher, foram hoje mortos num “ataque armado” no sul da Cisjordânia ocupada, anunciou o comandante da polícia israelita neste território palestiniano onde o exército israelita conduz uma vasta operação “antiterrorista”.