Segundo informações recolhidas pelo jornal israelita ‘Haaretz’, o encontro contou com a presença de dois representantes de cada uma das famílias dos reféns. Até ao momento, não foram divulgados mais pormenores sobre a reunião.
Pouco antes desta reunião, dezenas de manifestantes tentaram bloquear a entrada do parlamento israelita para exigir a convocação de eleições. Durante a ação, os manifestantes chamaram os membros da coligação governamental liderada por Netanyahu de “traidores” por terem “abandonado os reféns”.
Posteriormente, agentes policiais intervieram para retirar os manifestantes à força, no meio de gritos que descreviam a polícia como “criminosos” que “destruíram o país”, segundo noticiou jornal The Times of Israel.
Também hoje dezenas de familiares de reféns ainda detidos pelo Hamas na Faixa de Gaza invadiram uma reunião da Comissão de Finanças do parlamento israelita para exigir ações concretas que levem à libertação dos cativos.
“Não vão ficar aqui sentados enquanto eles estão a morrer lá!”, gritaram os manifestantes quando entraram na reunião parlamentar, um dia depois de Netanyahu ter rejeitado um acordo com o Hamas para a libertação dos reféns, que descreveu como uma “rendição”.
“Desmantelaram o Governo por causa do ‘hametz’, mas não o estão a fazer (pelos reféns)”, disseram outros, depois de interromperem a reunião parlamentar.
Os manifestantes estavam a referir-se à demissão de vários ministros após uma disputa sobre um tipo de pão entregue aos hospitais na Páscoa judaica – os hebreus estão proibidos de comer alimentos fermentados durante esta festividade -, que acabou por levar à queda do Governo.
O presidente da comissão parlamentar, Moshe Gafni, disse que “deixar cair a coligação não vai ajudar”, acrescentando, no entanto, que “compreende” a dor dos manifestantes.
O primeiro-ministro tem sido criticado por alguns políticos e pela opinião pública israelita pela sua recusa em reconhecer a responsabilidade pelas falhas de segurança durante os ataques do Hamas, algo que outros altos funcionários e mesmo antigos responsáveis da segurança e do executivo israelita já fizeram.
A atual guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita no sul do território israelita, que matou cerca de 1.200 pessoas e fez mais de 200 reféns (dos quais mais de 100 permanecem em Gaza), em 07 de outubro.
Em retaliação, Israel prometeu aniquilar o Hamas e lançou uma ofensiva aérea e terrestre que tem provocado um elevado nível de destruição de infraestruturas na Faixa de Gaza.
A ofensiva israelita já matou mais de 25 mil pessoas na Faixa de Gaza e feriu mais de 60 mil, segundo os números mais recentes divulgadas pelas autoridades do enclave, controladas pelo Hamas.