“A razão pela qual continuamos a apoiar a Ucrânia é uma questão de humanidade e decência. A Rússia iniciou uma guerra ilegal, não provocada e indefensável”, disse o ministro da Defesa, Pål Jonson, em conferência de imprensa.
A maior parte desta ajuda consiste em munições de artilharia, navios de guerra, armas subaquáticas (minas e torpedos), mísseis antitanque, granadas e sistemas antiaéreos solicitados por Kiev.
Este pacote de ajuda, o 15.ºconcedido por Estocolmo desde o início da guerra, surge poucos dias antes da data simbólica de 24 de fevereiro, o segundo aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia.
“A situação na Ucrânia é difícil”, disse o ministro da Defesa sueco, que prometeu apoiar Kiev durante o tempo que for necessário.
As tropas russas estão na ofensiva em grande número, enquanto o exército ucraniano carece de homens, armas, munições e a ajuda americana está congelada.
O apoio anunciado pelo governo sueco é também essencial para garantir a segurança do país escandinavo a longo prazo, argumentou Mikael Oscarsson, do Partido Democrata Cristão (Kristdemokraterna), membro da coligação governamental, durante a conferência de imprensa.
“Haverá consequências diretas para a nossa segurança se Putin vencer” a guerra, afirmou.
A ajuda chega dias depois de a Ucrânia ter assinado acordos bilaterais de segurança com Berlim, Paris e Londres, no início deste ano, para resolver as atuais fraquezas da NATO.
Entretanto, a Hungria, o último país da NATO a ratificar a adesão da Suécia à organização, prepara-se para a apoiar hoje, de acordo com um pedido de votação feito pelo partido no poder.
“Peço ao presidente do parlamento que inclua na ordem do dia da sessão de 26 de fevereiro a votação final do protocolo de adesão da Suécia ao Tratado da Aliança Atlântica, que pretendemos apoiar”, disse no facebook o presidente do grupo parlamentar Fidesz, Mate Kocsis.
Após meses de atraso, o primeiro-ministro Viktor Orban já tinha dado um sinal favorável no sábado, durante o discurso sobre o Estado da Nação.
“Estamos no bom caminho para ratificar a adesão” do país nórdico “no início da sessão parlamentar da primavera”, sublinhou, referindo-se a “medidas importantes tomadas para reconstruir a confiança”.
O líder nacionalista, que se destaca na UE por manter laços estreitos com o Kremlin, há muito que dá o seu apoio de princípio à candidatura sueca, mas tem estado a arrastar os pés até agora.
Orban convidou o seu homólogo sueco, Ulf Kristersson, para uma visita à Hungria para restaurar a “confiança”, após anos de acusações de deriva autoritária em relação ao governo húngaro.
O responsável sueco aceitou o convite, mas rejeitou a ideia de “negociações” e “exigências” no processo. Até agora, ainda não foi agendada qualquer visita.
Viktor Orban prometeu não ser o último a dar luz verde à adesão da Suécia à NATO, mas acabou por ser ultrapassado pelo parlamento turco, que a aprovou em janeiro, após 20 meses de negociações.
A Suécia anunciou a sua candidatura à NATO em maio de 2022, na sequência da invasão russa da Ucrânia, ao mesmo tempo que a Finlândia, que se tornou o 31.º membro da organização, em abril de 2023.
Os dois países vizinhos romperam assim com décadas de neutralidade pós-Segunda Guerra Mundial e, em seguida, com o não-alinhamento militar desde o fim da Guerra Fria.