“Não podemos excluir nada numa guerra que, mais uma vez, está a acontecer no coração da Europa e às portas da União Europeia”, disse Gabriel Attal, citado pelo canal de televisão francês RTL.
Attal lembrou que “há dois anos”, muitos países “excluíam o envio de armas”, incluindo armas de defesa, aos ucranianos.
“Hoje estamos a enviar mísseis de longo alcance para apoiar os ucranianos face a esta agressão”, sublinhou o governante.
Attal disse que a França não aceita que “a Rússia possa vencer esta guerra” e que o Presidente russo Vladimir Putin possa “dizer que assumiu o controlo de outro país livre e democrático através da força”.
O primeiro-ministro francês recordou que a Suécia e a Finlândia, historicamente neutras, decidiram aderir à NATO porque veem uma ameaça a chegar.
“Não quero que a minha geração e as gerações que vierem cresçam num mundo (…) de ameaças”, acrescentou Attal.
Na segunda-feira, Emmanuel Macron frisou que o envio de tropas ocidentais para a Ucrânia não deve “ser descartado” no futuro, anunciando ainda uma coligação para a entrega de mísseis de médio e longo alcance a Kiev.
O governante francês referiu, numa reunião de alto nível que o próprio convocou em Paris, e na qual Portugal esteve representado pelo primeiro-ministro, António Costa, que foi decidido avançar com “uma economia de guerra” e “criar uma coligação para ataques profundos e, portanto, mísseis e bombas de médio e longo alcance”.
Ainda antes do encontro, o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, avançou que alguns países ocidentais estão a considerar acordos bilaterais para enviar tropas para a Ucrânia.
“Não há consenso hoje para enviar tropas terrestres de forma oficial, assumida e endossada. Mas dinamicamente, nada deve ser excluído. Faremos tudo o que for necessário para garantir que a Rússia não possa vencer esta guerra”, explicou o Presidente francês, citando uma “ambiguidade estratégica” que aceita.
Macron aludiu na segunda-feira a “cinco categorias de ação” nas quais as autoridades europeias concordaram em investir recursos: “a ciberdefesa, a coprodução de armas e munições na Ucrânia, a defesa dos países diretamente ameaçados pela Rússia, em particular, a Moldova, e a capacidade de apoiar a Ucrânia na sua fronteira com a Bielorrússia e em operações de desminagem”.
O governante apontou que os aliados de Kiev devem “fazer mais” no que diz respeito ao envio de recursos militares para a Ucrânia.