Biden e Trump vencem sem dificuldades primárias do Michigan

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o ex-chefe de Estado Donald Trump venceram sem dificuldades as primárias do Michigan, segundo projeções da imprensa norte-americana, elevando as probabilidades de se defrontarem nas presidenciais de novembro.

©facebook.com/DonaldTrump

 

Biden derrotou na terça-feira o congressista Dean Phillips, do Minnesota, único opositor significativo que restou nas primárias democratas.

Contudo, o chefe de Estado enfrentou um movimento de eleitores democratas desiludidos com o seu apoio a Israel na guerra em Gaza e que colocou em marcha uma campanha local para convencer o eleitorado do Michigan a realizar um voto de protesto contra Biden.

Com 25% dos votos apurados, Biden conseguiu 79,8% de apoio, sendo que 14,5% dos votos foram atribuídos à opção “descomprometido” (delegados descomprometidos, o equivalente a um voto em branco), uma demonstração do descontentamento face à posição norte-americana em Gaza e um sinal de alerta num importante estado que poderá ajudar a determinar o resultado nas presidenciais deste ano.

De acordo com a agência Associated Press (AP), o número de votos na opção “descomprometido” já ultrapassou em muito a margem dos 10.000 votos pela qual Trump venceu o Michigan em 2016, superando a meta estabelecida pelos organizadores do movimento de protesto.

“O Presidente Biden está a financiar as bombas que caem sobre familiares de pessoas que vivem aqui mesmo no Michigan, pessoas que votaram nele e que se sentem completamente traídas”, explicou Layla Elabed, líder do movimento.

À medida que aumenta o número de vítimas civis no conflito entre Israel e o Hamas, Joe Biden viu o apoio diminuir significativamente entre árabes americanos, um bloco que foi crucial para o democrata em 2020 no Michigan.

Dean Phillips obteve 2,8% dos votos.

Já nas primárias republicanas, Trump voltou a derrotar a ex-embaixadora junto à ONU Nikki Haley, avançando solidamente em direção à indicação presidencial republicana.

O magnata não se afastou das previsões fornecidas pelas sondagens e chegará ainda mais forte a uma das datas chave das eleições primárias: a “Super-terça-feira”, em 05 de março, quando 15 estados são chamados às urnas, incluindo a Califórnia e o Texas, os maiores do país.

Apesar de mais uma derrota, Haley afirmou em entrevista à CNN, minutos após o encerramento das urnas, que não se retira da corrida, na qual se vai manter pelo menos até à “Super-terça-feira”, já que tem “um país para salvar”.

Com 28% dos votos apurados, Trump soma 67% de apoio e Haley 28,1%.

Em termos numéricos, as primárias de terça-feira têm pouca representação. Como a data das eleições primárias do estado viola as regras do Partido Republicano, para evitar sanções, os republicanos do Michigan vão atribuir apenas 16 dos seus 55 delegados a partir dos resultados de terça-feira.

Os delegados restantes vão ser designados na convenção estadual do partido, em 02 de março, em mais uma peculiaridade do complexo e longo calendário primário nos Estados Unidos.

Nikki Haley é a única rival de Trump a permanecer na corrida, apesar de não ter conseguido ainda nenhuma vitória e após ter perdido no sábado as primárias no seu estado natal e onde foi governadora, a Carolina do Sul.

Na ocasião, a candidata republicana obteve 40% dos votos, um número significativo que lhe permitiu justificar a permanência nas primárias.

Últimas de Política Internacional

Trump disse que vários países europeus já mostraram disponibilidade para enviar militares para a Ucrânia, como tal "não será um problema" responder às garantias de segurança exigidas pelo homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu hoje uma frente unida entre europeus e ucranianos em defesa de uma paz que não represente a capitulação da Ucrânia, na véspera da reunião com Donald Trump, na Casa Branca.
O enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, disse hoje que Putin concordou, na cimeira com Donald Trump, que sejam dadas à Ucrânia garantias de segurança semelhantes ao mandato de defesa coletiva da NATO.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse hoje que discutiu formas de terminar a guerra na Ucrânia "de forma justa", na cimeira com o homólogo norte-americano, Donald Trump, na sexta-feira, defendendo a “eliminação das causas iniciais”.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse hoje que “todos” preferem ir “diretamente para um acordo de paz” e não “um mero acordo de cessar-fogo” para acabar com a “terrível guerra” na Ucrânia.
O futuro da Ucrânia passa hoje pelo Alasca, uma antiga colónia russa onde os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia se vão reunir sem a participação do país invadido por Moscovo.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou hoje que qualquer acordo para pôr fim à guerra na Ucrânia terá de passar por uma cimeira com os homólogos russo e ucraniano, após a cimeira bilateral na sexta-feira.
A Rússia e a Ucrânia trocaram hoje 84 prisioneiros de guerra, anunciou o Ministério da Defesa russo, na véspera de uma cimeira muito aguardada entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo norte-americano, Donald Trump.
O chanceler alemão, Friedrich Merz, anunciou que a reunião virtual que líderes europeus e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, hoje mantiveram com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a guerra na Ucrânia foi “construtiva”.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, vai deslocar-se hoje a Berlim para participar numa videoconferência com o Presidente norte-americano antes do encontro deste com Vladimir Putin sobre a guerra na Ucrânia.