“Marwan Issa foi morto durante uma operação israelita na semana passada”, revelou o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, em conferência de imprensa.
O Exército israelita relatou um ataque aéreo “no centro da Faixa de Gaza, perto de Nuseirat”, contra uma “base subterrânea”, que foi “usada por dois altos líderes da organização”, incluindo Marwan Issa.
Israel, porém, não confirmou a morte do combatente palestiniano, nascido em 1965, que era adjunto de Mohammed Deif, líder das brigadas Al-Qassam, o braço armado do Hamas.
O anúncio da morte do alto responsável do Hamas surge no dia em que Jake Sullivan também deu conta de uma conversa entre o Presidente norte-americano, Joe Biden, e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Natanyahu.
No decurso da conversa, Netanyahu concordou em enviar a Washington uma equipa para discutir com a administração norte-americana uma possível operação em Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
Segundo o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, foi alcançado, na telefonema hoje mantidi entre o Presidente norte-americano e Netanyahu, “um ponto em que cada lado deixou clara ao outro a sua perspetiva” acerca de uma intervenção militar israelita em Rafah, no enclave mergulhado numa grave crise humanitária desde o início do conflito entre Israel e o movimento islamita Hamas, que governa o território.
Sullivan indicou que o Presidente dos Estados Unidos acredita que uma grande ofensiva terrestre seria “um erro”, e providenciou para que uma delegação israelita se deslocasse a Washington para discutir o assunto.
Depois de ter sido o aliado mais próximo de Telavive, logo após o ataque terrorista do Hamas em solo israelita, em 07 de outubro, a administração de Biden tem-se afastado progressivamente de Netanyahu, e as divergências são hoje públicas.
A frustração de Biden ficou patente numa entrevista recente à MSNBC, na qual afirmou que Netanyahu estava a “prejudicar Israel”.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada em 07 de outubro com um ataque em solo israelita do Hamas, que deixou 1.163 mortos, na maioria civis, levando ainda cerca de 250 reféns, dos quais 130 dos quais permanecem em cativeiro no enclave.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra total para erradicar o grupo palestiniano, tendo sido mortas nas operações militares em grande escala mais de 31 mil pessoas, na maioria mulheres e crianças, de acordo com as autoridades locais, controladas pelo Hamas.
O conflito, que ameaça alastrar a várias regiões do Médio Oriente, fez também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.