Ventura defende que país deveria ser “poupado a eleições”

O presidente do CHEGA defendeu hoje que, caso o Orçamento do Estado para o próximo ano venha a ser rejeitado, o “cenário ideal” era o país ser poupado a novas eleições legislativas.

© Folha Nacional

“Se o país puder ser poupado a novas eleições, esse era o cenário ideal. Eu acho que não há ninguém em Portugal que queira novas eleições, inclusive os políticos”, afirmou.

Falando aos jornalistas na Assembleia da República, André Ventura disse que “isso é uma coisa, outra é o Governo aproveitar este sentimento para fazer ‘quero, posso e mando, derrubem-me lá a ver se a coisa corre bem’”, e acusou o executivo de uma “atitude arrogante, ostensiva”.

O presidente do CHEGA indicou que a dissolução do parlamento em caso de chumbo do orçamento é “o mais provável”, mas não “o desejável”.

“Para isso, o Governo tinha que ter outra atitude e construir em vez de todos os dias ameaçar e chantagear”, defendeu, considerando que “um país sem orçamento é um país parado”.

O líder do CHEGA considerou que o primeiro-ministro “não tem que se demitir, mas sabe que dificilmente poderá governar nessas circunstâncias”.

André Ventura foi questionado também sobre a entrevista do antigo Presidente da República Cavaco Silva ao Observador, na qual afirmou que é contra a realização de eleições antecipadas e, apesar de considerar provável que o Orçamento do Estado para 2025 seja aprovado, defendeu não haver “nenhum drama” caso seja chumbado.

O líder do CHEGA sustentou que Cavaco Silva “há umas semanas disse o contrário, disse que o país devia ter eleições para ter uma maioria que pudesse fazer reformas estruturais, orçamentais e etc”.

Ventura salientou que “o país está numa fase crucial do PRR, da sua execução”, numa “fase crucial de transformação europeia, em que os fundos vão diminuir do ponto de vista da sua atribuição”, e assinalou que o Presidente da República vai perder o poder de dissolver a Assembleia da República.

“Isto significava que ficaríamos sem orçamento indefinidamente, e é óbvio que isto não é uma situação sustentável”, salientou, considerando que Marcelo Rebelo de Sousa e o Governo têm noção disso.

O presidente do CHEGA indicou que “é “uma responsabilidade do Partido Socialista no próximo orçamento”, mas disse que vai “analisar o documento, vai conversar com o Governo e vai ver o que é que é melhor para o país nestas circunstâncias”.

E desafiou o Governo a “mudar a atitude que tem tido até agora”, defendendo que o executivo “não quer levar a legislatura até ao fim e quer provocar uma crise política de qualquer maneira”.

Sobre o anúncio feito na véspera pelo ministro das Finanças de que a descida de IRC, a par com as outras medidas fiscais anunciadas no pacote de medidas para a economia, será aprovada através de um pedido de autorização legislativa e não no Orçamento do Estado, Ventura considerou que “o Governo está com medo do debate orçamental porque sabe que, provavelmente, não vai lá colocar e materializar muitas das promessas que fez em campanha eleitoral e, portanto, quer antecipar essas medidas”.

Últimas de Política Nacional

Cinco deputados sociais-democratas, liderados por Hugo Soares, viajaram até Pequim a convite direto do Partido Comunista Chinês. A deslocação não teve carácter parlamentar e escapou às regras de escrutínio da Assembleia da República.
Saiu do Executivo, passou pelo Parlamento e acaba agora a liderar uma empresa pública com um vencimento superior ao que tinha no Governo. Cristina Vaz Tomé foi escolhida para presidir à Metro de Lisboa e vai ganhar cerca de sete mil euros mensais, com despesas da casa pagas.
O Ministério Público (MP) pediu hoje penas entre os cinco e nove anos de prisão para os ex-presidentes da Câmara de Espinho, Miguel Reis (PS) e Pinto Moreira (PSD), por suspeitas de corrupção no processo Vórtex.
O presidente do CHEGA, André Ventura, anunciou hoje que o seu partido votará contra o novo pacote laboral no parlamento se o Governo não ceder em matérias como o despedimentos e alterações na área da parentalidade.
A mensagem gerou indignação, o caso abalou o ministério e levou a uma demissão, mas o inquérito interno concluiu que não houve infração disciplinar. Nataniel Araújo sai ilibado e continua como chefe de gabinete da Agricultura.
Os vereadores e deputados municipais do CHEGA têm rejeitado a criação da Comunidade Intermunicipal da Península de Setúbal.
Bruxelas paga, Lisboa faz campanha: Ângelo Pereira (PSD) e Ricardo Pais Oliveira (IL) estiveram no terreno eleitoral enquanto recebiam vencimentos do Parlamento Europeu, prática proibida pelas regras comunitárias.
A comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao INEM decidiu hoje suspender os trabalhos durante o período de Natal e Ano Novo e na segunda semana de janeiro, devido às eleições presidenciais.
Num mês em que as presidenciais já se travavam mais nos ecrãs do que nas ruas, André Ventura esmagou a concorrência: foi o candidato que mais apareceu, mais falou e mais minutos ocupou nos principais noticiários nacionais.
O Ministério da Saúde voltou a entregar um contrato milionário sem concurso: 492 mil euros atribuídos diretamente ao ex-ministro social-democrata Rui Medeiros, aumentando a lista de adjudicações diretas que colocam a Saúde no centro da polémica.