As palavras proferidas são de André Ventura em dia que se assinalou os 49 anos do 25 de Novembro de 1975, no Parlamento.
Na segunda-feira, a Assembleia da República sinalizou, pela primeira vez, o 25 de Novembro de 1975, com uma sessão solene que seguiu o modelo da cerimónia dos 50 anos do 25 de Abril, com discurso de todos os partidos com assento parlamentar, à exceção do PCP que não marcou presença.
A verdade é que a cerimónia contou com várias ausências. O Partido Socialista (PS), Livre, PCP e Bloco de Esquerda opuseram-se à sessão solene e, por isso, alguns deputados do PS, nomeadamente os deputados Fernando José, André Rijo e Isabel Moreira, entre outros, chegaram mesmo a abandonar a Assembleia durante o discurso do líder do CHEGA. “Podem sair”, destacou Ventura, acrescentando que “não ter medo de celebrar o 25 de Novembro é também dizer, nesta câmara, que nunca estaremos ao lado da bandidagem, mas ao lado das nossas forças de segurança.”
“Nós não temos medo, esta Democracia não nos serve, precisamos de uma melhor Democracia em Portugal. A verdade vem sempre ao de cima”, vincou, sublinhando que a imigração e a corrupção são os maiores problemas da política atual em Portugal.
Durante o discurso, o líder do CHEGA sinalizou que “há 49 anos, Portugal estava debaixo de uma ameaça soviética” e hoje está debaixo de uma “nova ameaça real e fundamental” e criticou os relatórios de segurança interna que “escondem as nacionalidades dos criminosos.”
“Bairros à volta de Lisboa e do Porto apresentam novas ameaças. Muitos dos crimes sexuais são cometidos por imigrantes, mas nós olhamos para o lado. O país está ao lado de bandidos, em vez de estar ao lado da polícia e da ordem. O espírito do 25 de Novembro é e será sempre o mesmo: a mesma luta, sem medo de dizer a verdade”, apontou Ventura.
“Da economia à sociedade, dos direitos das mulheres à imigração, o país precisa de um 25 de Novembro sem medos, porque queremos a mudança de um país que caiu para último e que deve voltara ficar em primeiro”, terminou.
No extremo esquerdo do hemiciclo, de cravo ao peito, Joana Mortágua – deputada do Bloco e única presente nas comemorações – referiu-se à sessão como um “solene disparate” e acusou o Governo de estar a ceder à extrema-direita. A bloquista afirmou ainda que “a celebração do 25 de Novembro é a tentativa de
esvaziar o conteúdo revolucionário e popular do 25 de Abril”.
Também de cravos ao peito, os deputados do PS homenagearam o 25 de Abril e criticaram as equiparações do 25 de Novembro à Revolução dos Cravos.