Infarmed autorizou 17.486 pedidos de exportação de medicamentos em 2024

O Infarmed autorizou no ano passado 17.486 pedidos de exportação de medicamentos e proibiu 9.559, quase mais 2.000 do que no ano anterior, segundo dados hoje divulgados.

© D.R.

A informação enviada à Lusa pelo Infarmed indica que os pedidos de exportação de medicamentos mais do que duplicaram de 2022 (7.888) para 2023 (16.045), subindo ligeiramente para 17.486 no ano passado, um comportamento idêntico ao que aconteceu com os pedidos rejeitados.

Se em 2022 o Infarmed rejeitou 4.278 pedidos, em 2023 esse número subiu para 7.247. No ano passado foram negados 9.559.

O Relatório Anual da Gestão da Disponibilidade de Medicamentos relativo a 2024 refere que o maior destino de exportação foi a Alemanha (39%), seguida do Reino Unido (12%), República Checa (10%), Holanda (8%) e Angola (7%).

Itália, França e Dinamarca, com 4% cada, foram outros dos países de destino das exportações de medicamentos, assim como a Polónia (3%), Hungria (2%), entre outros (7%).

No top dos medicamentos mais exportados estão cremes para eczema atópico, pílulas contracetivas, pomadas para inflamação associada a doenças de pele sensíveis aos corticoides e medicamentos para tratamento da diabetes mellitus tipo 2 em crianças e adultos.

No âmbito do controlo da disponibilidade de medicamentos, uma das medidas adotadas para garantir o equilíbrio entre o abastecimento regular do mercado e o comércio paralelo e exportação de medicamentos é um regulamento que prevê a elaboração de uma lista de notificação prévia de exportação (atualizada trimestralmente) e outra, atualizada todos os meses, que elenca os medicamentos cuja exportação está temporariamente suspensa.

Nesta última, atualizada no início do mês, constam 68 medicamentos de várias categorias, entre os quais fármacos usado no tratamento do cancro de mama, transtorno do défice de atenção e hiperatividade e antibióticos.

Antes da apresentação do relatório, o presidente do Infarmed, Rui Santos Ivo, em declarações aos jornalistas, falou da revisão da legislação farmacêutica, cuja área objeto revisão é a disponibilidade e escassez de medicamentos e destacou o “reforço da articulação europeia” em situações de maior vulnerabilidade.

Questionado sobre a possibilidade de compras conjuntas, como aconteceu com as vacinas da covid-19, para obviar ruturas de medicamentos, o responsável afirmou “não esta excluída”, mas lembrou que é uma decisão mais morosa pois trata-se de “um conjunto de Estados que tem determinado tipo de regras”.

“Essa questão das compras conjuntas não creio que esteja excluída essa possibilidade, mas vamos agora aguardar que, no âmbito daquela análise que está a ser feita das vulnerabilidades das cadeias de distribuição, das áreas em que há maior risco de escassez, (…) que há de dar origem a nova legislação, o tal ‘Critical Medicines Act'”, afirmou, acrescentando: “esse instrumento há de identificar linhas de ação e uma delas poderá ser essa.

Rui Santos Ivo apontou ainda o trabalho a nível europeu que está a ser desenvolvido na área das reservas estratégicas, exemplificando com a iniciativa rescEU: “e uma iniciativa de reservas conjuntas dos vários países para que cada um possa dar um contributo para essa grande reserva da União Europeia”.

“Portugal está também nesse processo. Temos um conjunto de medicamentos (…) que nós estamos também a incluir nessa reserva”, acrescentou.

Últimas do País

A Linha SNS 24 atendeu desde o início de dezembro cerca de 307 mil chamadas, um aumento de 17% face ao mesmo período do ano passado, e o tempo médio de espera foi de 10 minutos.
A estrutura de missão da Agência para a Integração, Migração e Asilo (AIMA), criada para regularizar processos em atraso, termina no final do ano com um saldo positivo de 62 milhões de euros.
O Observatório das Migrações (OM) está a concluir um repositório de dados sobre imigrantes em Portugal, para tentar harmonizar a informação estatística com os mesmos critérios, de vários serviços públicos, algo que hoje não sucede.
O taxista acusado de atropelar mortalmente um jovem universitário numa passadeira em Lisboa, em setembro de 2024, foi esta quinta-feira condenado a 14 anos e nove meses de prisão.
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), através das suas Unidades Regionais, realizou, nas últimas semanas uma operação nacional de fiscalização direcionada à comercialização de brinquedos.
O Governo vai conceder tolerância de ponto aos trabalhadores que exercem funções públicas nos próximos dias 24, 26 e 31 de dezembro, mais um dia do que o habitual, refere um despacho assinado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro.
A Polícia Judiciária deteve no Algarve um homem de 37 anos processado pelas autoridades brasileiras por suspeitas de crimes de abuso sexual de crianças e pornografia de menores, foi hoje anunciado.
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) realiza esta quinta-feira um plenário de protesto no aeroporto de Lisboa devido à ausência de resposta do Governo em resolver os problemas dos polícias que estão nas fronteiras aéreas.
O Ministério do Ambiente e Energia foi hoje alvo de buscas por parte da Polícia Judiciária, na sequência das anteriormente efetuadas na empresa Transtejo, por suspeita de fraude na obtenção de subsídios, segundo fonte ligada ao processo.
A Inspeção-geral da Saúde está a analisar se há indícios de responsabilidade financeira em três conselhos de administração do hospital de Santa Maria, incluindo o que foi liderado pela ministra da saúde, Ana Paula Martins.