Itália transfere primeiro grupo de imigrantes com ordem de expulsão para centros na Albânia

As autoridades italianas transferiram hoje o primeiro grupo de imigrantes em situação irregular para os polémicos centros de deportação na Albânia, transformados em estruturas de repatriamento de requerentes de asilo já com ordem de expulsão de Itália.

© Facebook Open Arms

Hoje de manhã, um navio da Marinha italiana partiu do porto de Brindisi (sul) rumo a Gadjer, na Albânia, levando a bordo 40 imigrantes de várias nacionalidades que se encontravam no Centro de Detenção para o Repatriamento (CPR, na sigla original) daquela localidade italiana já com ordem de deportação, confirmou o Ministério do Interior italiano.

Entre os imigrantes transportados constavam cidadãos da Argélia, da Tunísia e do Bangladesh.

Antes da partida do navio, várias associações organizaram junto ao porto de Brindisi uma ação de protesto contra a decisão do Governo de Giorgia Meloni de enviar para países terceiros imigrantes chegados a Itália.

A 28 de março, o Governo, que tem como uma das suas grandes bandeiras políticas o combate à imigração ilegal, adotou um decreto-lei para rebatizar os dois centros de detenção construídos na Albânia como CPR para requerentes de asilo a quem já tenha sido recusada a permanência em Itália.

Esta foi a forma encontrada pelo executivo de Meloni para contornar as várias decisões da Justiça italiana que inviabilizaram a utilização dos dois centros inaugurados em outubro de 2024 na Albânia — na sequência de um controverso acordo com o primeiro-ministro do país dos Balcãs, o socialista Edi Rama – como instalações de detenção para imigrantes intercetados no Mediterrâneo central.

A ideia original era deslocalizar para a Albânia centros de acolhimento para deportação de imigrantes clandestinos resgatados no mar – somente homens considerados “saudáveis” e provenientes de “países seguros”, ficando excluídos mulheres e crianças -, mas, por mais de uma vez, os navios da Marinha italiana tiveram de fazer regressar os imigrantes transferidos para Gadjer por decisões de tribunais italianos.

A posição dos juízes italianos desencadeou um conflito aceso com o Governo de Meloni e levou a que os centros na Albânia tenham ficado vazios e sem uso.

Enquanto se aguarda uma decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia, que deverá pronunciar-se sobre o acordo entre Roma e Tirana em junho, as autoridades italianas decidiram reconfigurar as instalações como CPR, para desbloquear a situação e amortizar o custo dos centros, estimado em 800 milhões de euros.

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