Homem condenado em Leiria a 12 anos de prisão por crimes sexuais contra a filha

O Tribunal Judicial de Leiria condenou hoje um homem na pena única de 12 anos de prisão por 100 crimes de violação agravada e dois de coação sexual, assim como um crime de violência doméstica de que foi vítima a filha.

©D.R.

O arguido, que está atualmente preso, foi ainda condenado na coima de 400 euros por uma contraordenação no âmbito da Lei das Armas e nas penas acessórias de proibição de assumir a confiança de menor, adoção, tutela, curatela, acolhimento familiar, apadrinhamento civil, entrega, guarda ou confiança de menores, pelo período de cinco anos.

Pelo mesmo período, está inibido do exercício de responsabilidades parentais.

À filha, o arguido vai ter de pagar 20 mil euros de indemnização por danos não patrimoniais sofridos.

O homem, de 56 anos, estava acusado pelo Ministério Público (MP) de 50 crimes de abuso sexual de menores dependentes e 170 crimes de violação, todos na forma agravada, tendo o coletivo de juízes determinado uma alteração não substancial dos factos e da qualificação jurídica.

Na leitura do acórdão, a juíza-presidente salientou que foram fundamentais as declarações para memória futura da filha do arguido, classificando-as como “absolutamente credíveis”.

Pelo contrário, as declarações do homem, dizendo que atos sexuais foram consentidos e praticados após aquela ter completado 18 anos, foram descredibilizadas “pelo depoimento da ofendida”.

“[O arguido] limitou-se a assumir o mínimo possível”, considerou.

Referindo-se à condenação, a magistrada judicial afirmou que “outra coisa não era de esperar em face das declarações para memória futura que a sua filha prestou perante juiz de instrução criminal”.

Reconhecendo ser certo que o arguido “não ficou numa situação fácil depois de a sua mulher se ter ido embora” e de aquele ter ficado com os filhos, a presidente do coletivo de juízes frisou, contudo, ser “inaceitável, inenarrável, incompreensível” o que fez.

“Os pais é suposto zelarem pelo bem dos filhos” e “não é suposto usarem os filhos de uma maneira absolutamente vil e sórdida”, adiantou.

Dirigindo-se ao arguido, a juíza-presidente lembrou que “a soma aritmética [das penas parcelares] dava muito mais do que o limite máximo da pena permitida por lei, que são os 25 anos” de prisão, esperando que, quando voltar à liberdade, “consiga retomar uma vida conforme o Direito e não volte” a cair nestas tentações.

O despacho de acusação do MP referia que os abusos sexuais começaram quando a filha tinha 17 anos e ainda frequentava a escola, tendo continuado depois de atingir a maioridade e de ter deixado de estudar.

Então, passou a ficar em casa “durante todo o dia, a limpar e a arrumar, bem como a cumprir tudo o que lhe ordenava”.

Segundo o MP, durante cerca de quatro anos e meio, o arguido sujeitou a filha a práticas sexuais, “aproveitando o facto de ser seu pai e de residirem na mesma habitação, fazendo-o indiferente à relação de parentesco e à sua idade” e para “satisfazer os seus instintos libidinosos”.

Para o MP, o homem, que tinha a filha aos seus cuidados e na sua dependência económica, agiu com o “propósito de a maltratar, física e psiquicamente, o que fez de modo reiterado”.

Últimas do País

A gripe das aves foi detetada numa gaivota-de-patas-amarelas, no concelho do Funchal, arquipélago da Madeira, anunciou a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).
Chega hoje ao fim a última prorrogação automática da validade dos títulos de residência em Portugal — medida em vigor desde 2020, inicialmente motivada pela pandemia e posteriormente prolongada devido aos sucessivos atrasos na regularização de cidadãos estrangeiros, agravados pelo aumento da imigração.
O Tribunal da Relação de Coimbra (TRC) rejeitou o recurso de um motorista de TVDE condenado em pena suspensa por um crime de coação sexual sobre uma passageira menor, em Leiria, confirmando a sentença da 1.ª instância.
O número de vítimas masculinas apoiadas pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) aumentou mais de 23% nos últimos três anos, totalizando 10.261 pessoas, sobretudo vítimas de violência doméstica, mas também centenas de casos de crianças abusadas sexualmente.
Por cada homem vítima de violência que pede ajuda, estima-se que haja pelo menos outros dois que não denunciam a situação, disse à Lusa o psicólogo e assessor da direção da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV).
Um turista norte-americano morreu e outro ficou ferido durante uma tentativa de assalto esta quarta-feira em Cascais, disse à Lusa fonte do Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da Polícia de Segurança Pública (PSP).
A CP abriu um inquérito para apurar as "possíveis causas" do incidente com um comboio Intercidades que, na segunda-feira, cerca das 16h00, perdeu uma carruagem devido à quebra dos engates, quando circulava entre Lisboa e Faro.
A Autoridade Tributária e o Instituto da Segurança Social são os serviços com maior atraso na adoção das 25 recomendações do Provedor de Justiça sobre atendimento ao cidadão nos espaços públicos, divulgadas há cerca de ano e meio.
O novo Sistema Nacional de Acesso a Consultas e Cirurgias (SINACC), que vai substituir o SIGIC criado em 2004, só deve entrar em funcionamento generalizado no final do ano, tendo em conta a necessidade de formação nos hospitais.
As condições socioeconómicas das famílias parecem ter pouco impacto no desempenho dos estudantes no ensino superior, mas os alunos carenciados continuam a encontrar mais obstáculos do que os colegas para prosseguir os estudos após o secundário.