“Pensar por Mim: A Política Vista por um Jovem”

Sou jovem. Tenho crescido num país onde muito se fala de liberdade, progresso e justiça, mas onde, na prática, o cidadão comum sente cada vez mais que vive numa sociedade estagnada, insegura e profundamente incoerente. Cresci a ouvir que os jovens “são de esquerda”, que “revolucionar” é recusar tudo o que vem do passado, que “questionar” é sinónimo de desconstruir. Mas quanto mais observo o mundo à minha volta, mais me afasto dessa narrativa pronta. E percebo que pensar pela própria cabeça, hoje, é um ato quase subversivo.

A política atual parece ter-se transformado num jogo de palavras bonitas e promessas recicladas. Os discursos estão cheios de inclusão, igualdade e sustentabilidade, mas, na prática, muitos jovens como eu continuam a ver os mesmos problemas repetirem-se: impostos sufocantes, insegurança crescente, escolas dominadas por ideologias e uma clara falta de rumo nacional. A geração que se diz progressista fala muito de futuro, mas esqueceu-se de proteger os alicerces que tornam esse futuro possível.

Na escola, por exemplo, há uma tendência constante para impor uma só forma de pensar. Quase sempre alinhada à esquerda, essa visão apresenta qualquer ideia conservadora como antiquada, intolerante ou até perigosa. Professores que deviam ensinar a pensar, muitas vezes, limitam-se a indicar o que se deve pensar. E quem pensa em discordar, seja sobre história, cultura, fé ou política, é rapidamente rotulado, silenciado ou ridicularizado. Fala-se muito de liberdade, mas essa liberdade parece terminar quando alguém decide pensar de forma diferente.

Sinto que a minha geração está a acordar. Estamos fartos de políticas vazias que servem mais os partidos do que as pessoas. Estamos cansados de ver o mérito substituído por quotas, o esforço trocado por privilégios e a verdade manipulada por conveniência. Muitos jovens começam a perceber que defender valores como a responsabilidade individual, o respeito, a família, a liberdade de expressão e o amor à pátria não é um retrocesso. Na verdade, é uma necessidade. Não queremos viver numa sociedade em que tudo é relativo e ninguém assume responsabilidades. Queremos clareza, justiça e coerência.

Ser jovem, conservador e patriota hoje não significa estar preso ao passado. Significa olhar para o presente com espírito crítico e coragem. Significa recusar a ideia de que temos de repetir os erros de gerações anteriores para sermos aceites. Significa, acima de tudo, acreditar que é possível construir um país mais forte, mais honesto e mais livre, começando por devolver sentido às palavras, firmeza à educação e dignidade à política.

A minha visão sobre a política atual é esta: precisamos de menos marketing e mais verdade. Precisamos de menos ideologia e mais serviço público. Precisamos de menos ruído e mais ação concreta. E, acima de tudo, precisamos de jovens que pensem por si, que questionem o sistema sem medo e que não tenham vergonha de dizer aquilo em que acreditam.

Eu sou um desses jovens. E não estou sozinho.

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