A crise do Patriotismo

Nos tempos que decorrem e com o desenrolar de um novo século, cada vez mais percebemos que é predominante a ideia do “Globalismo”, idealizando-se uma nova conceção de um mundo sem fronteiras e sem limitações, uma autêntica “Aldeia Global”.

Termo este que tem vindo a ser fomentado pela criação de várias organizações que permitem uma maior aproximação entre países como, por exemplo, a União Europeia, ONU, Nato, OMS entre muitas outras que progressivamente permitem um mundo interligado e dependente entre si.

Sem qualquer dúvida, ou refutação, perante este conceito reconheço que possa ter os seus pontos benéficos, dos quais destaco: as trocas comerciais, independentemente da distância, tornaram-se muito mais céleres e muito mais eficazes entre empresas e, até mesmo, entre cidadãos; a instantânea informação que nos chega “de outro lado do mundo” numa questão de minutos, através das redes sociais e dos meios de comunicação; a criação e o crescimento de novas oportunidade e de novas ofertas de emprego, nos mais diversos lugares apresentam-se como sendo alguns proveitos desta nova realidade.

Apesar de todas estas vantagens, que todos os dias influenciam as nossas vidas, não deixa de ser notório que, cada vez mais, dependemos de outras nações para a nossa sobrevivência. Presentemente, confrontamo-nos com a dependência de certos produtos, como, por exemplo, do gás natural, já que, o nosso maior fornecedor é a Nigéria. Ou seja, se olharmos com atenção, atualmente vivenciamos uma realidade onde pertencemos ao mundo e ao qual estamos inteiramente conectados.

“Mudam-se os tempos mudam-se as vontades”, nos tempos que decorrem um país não se consegue desenvolver isolado, somente o alcançará se possuir um grande poder económico ou, uma abastada diversificação de recursos naturais, caso não se verifique necessitará de outros países para o seu desenvolvimento. Criando assim uma dependência de uma nação com outra.

Como referi anteriormente, este novo ideal, se for “levado doravante”, rapidamente encetará um “novo mundo”, onde não existam diferenças culturais sociais e económicas e, de certo modo, onde não se afigura verdadeiramente a existência de fronteiras.

Entendemos, assim, que os países deixarão de ter a mesma soberania e a mesma primazia que outrora tiveram.

Estaremos perante uma queda do Patriotismo?

A queda só acontecerá se assim a permitirmos. E tal nunca poderá acontecer, porque a pátria é a nossa identidade, a nossa cultura, a nossa história, ainda que, esteja dependente de algumas conexões para melhor se afirmar e/ou se sustentar.

Cada país tem a sua identidade e temos de a respeitar, faz parte da idiossincrasia. Por mais que queiramos um mundo globalizado, tal não será sempre possível, uma vez que, certos ideais e modos de viver são incompatíveis.

Ainda assim, a sociedade portuguesa, ainda é uma das que mais preza e mais glorifica a nossa história, as nossas tradições e a nossa cultura. Valores estes que merecem e terão de ser “imortalizados”.

Patriotismo, nem é de esquerda, nem é de direita, é um sentimento de pertença que o cidadão deve ter com o seu país nativo. “A História de um país não se renega, defende-se”.

Nos tempos modernos que vivemos devemos sempre valorizar o nosso país. Por mais que nos queiram incutir um sentimento de cidadão europeu, no qual sempre nos revimos, não podemos menorizar a nossa soberania e enaltecer o nosso país, que é e sempre será, Portugal.

Portugal, dos grandes reis, dos destemidos descobridores, dos corajosos revolucionários, dos poetas, dos desportistas, dos artistas, dos músicos, dos bravos portugueses.

Portanto, não nos deixemos arrastar só por modernismos e sentimentos esvaziados de qualquer sentido de “pertença” e abracemos aquilo que nos une: a língua, a cultura, a tradição, a história, a bandeira e o Hino!

Portugal é dos Portugueses!

“Minha Pátria é minha língua. Pouco se me dá que Portugal seja invadido, desde que não mexam comigo.” –  Fernando Pessoa

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