Os pedidos de ajuda à Cruz Vermelha Portuguesa devido ao aumento do custo de vida mais do que duplicaram em janeiro e fevereiro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2022, anunciou hoje a instituição.
Nos dois primeiros meses deste ano, “a equipa central da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) recebeu 100 pedidos de ajuda, valor que mais do que duplica os números do mesmo período de 2022”, avançou a organização humanitária, ao alertar para o “agravamento do ciclo de pobreza em Portugal”.
“O que nos preocupa muito foi que, nos dois primeiros meses deste ano, comparado com os pedidos de ajuda que houve em tempo homólogo do ano passado, houve um maior aumento de pedidos de ajudas de famílias para muitas vezes bens de primeira necessidade”, adiantou à agência Lusa a presidente da CVP.
Segundo Ana Jorge, estes pedidos de apoio são, em muitos casos, para “alimentação básica e pagamento de algumas contas” que as famílias vulneráveis não estão a conseguir suportar mais recentemente.
De acordo com a instituição, em 2022, os pedidos de ajuda de famílias em grande situação de vulnerabilidade aumentaram 74%.
Ana Jorge adiantou ainda que este crescimento está relacionado com pessoas vulneráveis e com baixos rendimentos e que, devido ao aumento do custo de vida, deixaram de ter condições de equilíbrio da sua situação financeira.
“São pessoas que se aproximam da Cruz Vermelha nos diferentes locais onde nós estamos”, adiantou a presidente da CVP, ao manifestar-se também preocupada com a menor disponibilidade que se verifica para a doação de bens e, simultaneamente, com o aumento de pedidos de ajuda.
“Esse desequilíbrio tem gerado alguma preocupação”, sublinhou Ana Jorge