Luc Mombito nasceu a 10 de maio de 1982 em Kinshasa, na República Democrática do Congo. Veio para Portugal ainda jovem e estudou num seminário, onde conheceu o Presidente do CHEGA. Hoje é um dos melhores amigos de André Ventura e é também o seu fiel motorista. É do Sporting e reza o terço todos os dias.
O que é que o levou a aproximar-se do CHEGA?
Recordo-me de uma vez, entre 2013 e 2015, ter tido uma conversa com o André [Ventura] sobre o estado do país. Foi uma daquelas conversas que todos temos com os que nos são próximos, e ele, qual filósofo Sócrates com a sua “maiêutica”, ajudou-me a fazer “tábua rasa” em relação a tudo quanto acreditei durante a minha vida estudantil sobre conquistas e dados adquiridos, como a liberdade, o livre exercício dos direitos e deveres. E a verdade é que hoje vejo isso tudo muito claramente com os casos intermináveis de corrupção, compadrios, tráfico de influência, a impunidade que graça por aí fora, o enfraquecimento da autoridade policial, muito por culpa das ideologias de esquerda etc. Tudo isso levou à que, na minha ponderação, a escolha entre a lengalenga habitual e a lufada de esperança acabasse por ser mais fácil.
O que vemos hoje é corrupção, compadrio e enfraquecimento da autoridade e a culpa é da ideologia de esquerda
A sua ligação a André Ventura foi determinante para se aproximar do partido?
Naturalmente que a proximidade com o presidente do partido é um dos pontos de partida, mas o mais importante foi o facto de ele me ter feito ver que o país precisava de uma nova revolução política que respondesse aos anseios da população, porque da maneira como as coisas estão é impossível continuar. Não é possível um povo viver com salários e pensões indignas, quando o custo de vida aumenta substancialmente e o governo se recusa a baixar impostos.
O Luc está no partido quase desde a sua fundação. O CHEGA do início é o mesmo CHEGA de agora? O que mudou?
Na minha humilde opinião, penso que a nossa história fala por si.
Os ataques vis das restantes bancadas e a perseguição jacobina de alguma comunicação social, tudo isso foi contribuindo para o fortalecimento das nossas convicções, das bases do próprio partido, e tem dado resultados que são do conhecimento de todos.
Por isso, não, o CHEGA não é o mesmo, no sentido em quem estará sempre em movimento, numa dinâmica que pretende cimentar o seu objetivo que é tornar-se no maior Partido português! É claro que os seus ideais são os mesmos da sua fundação, nomeadamente o combate cerrado à corrupção, a luta contra este sistema que há décadas que tem Portugal refém dos seus interesses pessoais e partidários.
Como vê o crescimento do CHEGA, que é já a terceira força política no Parlamento e conta com cerca de 13% de intenções de voto nas sondagens, apenas quatro anos após ter sido fundado?
Penso que não escapa a ninguém o facto de sermos ainda um caso de estudo. (Risos) O CHEGA está, de facto, numa rampa de lançamento que já existe há quase 50 anos, mas com a particularidade de ascender mais depressa do que alguns que já cá andam desde o início, e isso terá consequências boas como é obvio, visto que, pela primeira vez na nossa democracia, um partido político consegue juntar toda gente para além dos próprios autóctones, isto é, brancos, negros, indianos, brasileiros, e mais haverá no voto silencioso.
Portanto, uma das consequências boas é ter-se criado, embora a custo, um ambiente que deverá permitir convencer a população de que existe uma alternativa ao socialismo.
O PSD e a IL não podem simplesmente continuar a ignorar o elefante no meio da sala porque os portugueses não lhes perdoariam essa infâmia, estou convencido disso.
O Luc é das figuras mais próximas de André Ventura, conhecendo-o desde a juventude, quando foram colegas no seminário. Sem pôr em causa a privacidade de ambos, pode revelar-nos algum aspeto, alguma história particular desse tempo que passou com André Ventura?
Assim vagamente, recordo-me do “Bebeto”! (Risos). O André é um adepto do futebol como sabemos, e para além do ciclismo, gostava muito de jogar à bola e corria que Deus a dava… (risos).
Anda com o líder do CHEGA literalmente ‘para todo o lado’. Como é acompanhar o dia a dia do líder do terceiro maior partido português?
É um desafio constante, sobretudo quando não há horário fixo.
Ter a noção de que, naquele momento em que estás a transportá-lo, ou a roubar-lhe 1 minuto que seja para algo banal, é o tempo destinado aos portugueses que está na tua “mão”.
É uma enorme responsabilidade que me honra e me faz crescer como homem, militante, cidadão e amigo.
Como é a recetividade relativamente à presença de André Ventura nas ações de rua? As pessoas querem contactar com o presidente do CHEGA?
É o “ver para crer!”, não há hipótese!
Todos nós já nos cruzámos com pessoas famosas, e inclusivamente aquelas que mexem muito connosco, mas pelo que me recordo pela minha própria experiência pessoal, nunca vibrei tanto ou tirei tantas fotos com alguém como vejo acontecer com o presidente do CHEGA.
É uma Pop Star, e ainda bem.