TAP: Pedro Nuno Santos rejeita que plano de reestruturação tenha sido um desastre

© Folha Nacional

O ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, rejeitou hoje a ideia de que o plano de reestruturação da TAP foi um desastre e sublinhou que foi o que permitiu salvar a companhia aérea em 2020.

“O plano de reestruturação não foi um desastre, o plano de reestruturação permitiu salvar a TAP”, respondeu o ex-ministro à deputada do BE Mariana Mortágua, na audição que está a decorrer na comissão parlamentar de Economia.

A deputada bloquista questionava o ex-governante sobre os despedimentos e cortes salariais aplicados na companhia aérea, no âmbito da reestruturação que acompanhou a injeção de 3.200 milhões de euros.

Mariana Mortágua criticava ainda o “duplo debate de inevitabilidades” protagonizado pelo PSD e pelo PS, relativamente à privatização de 2015 e às medidas do plano de reestruturação, respetivamente, apontando que cada um escolhe “a tina que prefere”.

“Cada um tem a sua tina, a senhora deputada também, não se ponha de fora. […] Se não houvesse plano de reestruturação, não havia TAP. […] Sem plano de reestruturação não havia possibilidade de injetar dinheiro na TAP, com ou sem nacionalização, e, portanto, a TAP fechava”, respondeu Pedro Nuno Santos.

Adicionalmente, o ex-ministro lembrou que há um quadro legal europeu em que o país atua, com regras a cumprir. “Cada um tem a sua tina”, repetiu.

Quanto ao cortes salariais e despedimentos, Pedro Nuno Santos classificou-os como “as consequências de uma negociação”.

“Se fosse aceite [pela Comissão Europeia] não fazermos nenhum corte nem redução de pessoal, o que significava àquela data é que a injeção não era de 3.200 milhões de euros, era de 4.500 milhões”, apontou, acrescentando que aquelas medidas permitiram à companhia aérea uma poupança de 1.300 milhões de euros.

Adicionalmente, prosseguiu, foi preciso ajustar a dimensão da TAP à atividade que a empresa tinha na altura.

“Em tese, numa economia socialista, não íamos querer ter mais [trabalhadores] na TAP do que a TAP necessitava para fazer o seu trabalho”, afirmou.

Já sobre o pagamento de 55 milhões de euros ao ex-acionista David Neeleman para sair da companhia, Pedro Nuno Santos disse que a ideia defendida pelo ex-administrador e advogado Diogo Lacerda Machado na comissão de inquérito, de que o empresário podia sair sem receber qualquer valor, não foi a mesma da sociedade de advogados que assessorou o Estado nas negociações com Neeleman.

“A leitura que essa sociedade de advogados tinha não era essa, era que num processo de litigância havia argumentos por parte de David Neeleman, obviamente com base no [acordo] parassocial”, sublinhou.

Pedro Nuno Santos rejeitou ainda a ideia de sobrecapitalização da TAP com o objetivo de a vender, apontando que o que se conseguiu com a injeção de 3.200 milhões de euros foi ficar com “uma empresa capitalizada em pouco mais de 400 milhões de euros”.

Últimas de Economia

Portugal assinalou mais uma subida dos combustíveis, no início desta semana, posicionando-se como o oitavo país com os preços mais caros da União Europeia. O gasóleo aumentou cinco cêntimos por litro, a gasolina três cêntimos – o maior aumento dos últimos três anos.
O endividamento do setor não financeiro aumentou 973 milhões de euros em novembro face ao mês anterior, para 811.456 milhões de euros, informou esta quarta-feira o Banco de Portugal (BdP).
As principais bolsas europeias negociavam em alta, pendentes de novos anúncios do Presidente dos EUA, Donald Trump.
A primeira subdiretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, advertiu hoje no Fórum de Davos sobre os níveis "dececionantes" de produtividade da economia mundial, com a única exceção dos Estados Unidos.
O mercado imobiliário português deverá crescer 8% em 2025, face ao ano anterior, para um volume de investimento de 2,5 mil milhões de euros, de acordo com as previsões da consultora CBRE, hoje divulgadas.
O número de beneficiários de prestações de desemprego aumentou 7,7% em dezembro de 2024, em termos homólogos, totalizando 195.245, segundo a síntese estatística da Segurança Social hoje divulgada.
O número de desempregados inscritos nos centros de emprego subiu 5,7% em dezembro de 2024, em termos homólogos, e 4,1% face a novembro, para 335.665, segundo dados divulgados hoje pelo IEFP.
Um estudo da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) analisou a posição de Portugal no Índice de Regulação dos Mercados de Produto e aponta como necessárias "reformas que fomentem um ambiente de negócios mais competitivo e dinâmico".
A Deco defende a descida do IVA para as botijas de gás, utilizadas em 2,2 milhões de lares portugueses, para uniformizar as regras de mercado, mas o Governo não revela se está nos seus planos.
O governo argentino encerrou 2024 com um excedente orçamental pela primeira vez desde 2010, devido à austeridade severa aplicada desde há um ano pelo presidente ultraliberal Javier Milei.