O ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, afirmou hoje que os 55 milhões de euros pagos ao ex-acionista da TAP David Neeleman para sair da companhia foram “ponto de encontro” entre as partes em desacordo, para evitar litigância.
“Os 55 milhões de euros são resultado de uma negociação, […] foi o ponto de encontro entre duas partes que, de facto, não tinham um acordo”, afirmou Pedro Nuno Santos, que está a ser ouvido no parlamento, na comissão de Economia, acrescentando que “a referência para o Estado foi o que se entendeu como risco de litigância”.
O ex-governante lembrou ainda que, em 2020, quando a TAP entrou em dificuldades devido à pandemia de covid-19, foi aprovado um auxílio de emergência de 1.200 milhões de euros, mediante condições impostas pelo Estado, que foi rejeitado em Conselho de Administração da TAP, com a abstenção de seis administradores.
Ao Governo, prosseguiu, uma das duas opções que restavam passava por nacionalizar a companhia aérea.
“Nós estávamos preparados para nacionalizar a empresa, mas nós não queríamos, porque nacionalizar também tem um custo. […] Fizemos tudo para evitar a nacionalização e é por isso que se iniciou uma negociação com o privado que estava de forma mais clara a bloquear – a não concordar, vá lá – com as condições do Estado para emprestar”, sublinhou Pedro Nuno Santos.
O Governo avançou, assim, com a aquisição da participação de David Neeleman, a deter a maioria do capital da TAP em 2020, num auxílio total de 3.200 milhões de euros e a execução de um plano de reestruturação na companhia, que envolveu despedimentos e cortes salariais ainda em vigor.