10 Maio, 2024

Por que temos de adiar a educação institucional, sem olhar às crianças?

odos aqueles que acompanharam, até hoje, os seu filhos no percurso escolar, desde os anos iniciais, como os que mais recentemente o fazem, teremos memória do que sempre exigiu, quanto implica, ainda, cada início de um novo ano escolar. Outrora, papelada para matrículas de forma rudimentar, hoje, tudo mais avançado tecnologicamente, para aligeirar procedimentos, sendo ainda indispensável a intervenção pessoal humana, como bem sabemos. 

Uma das premissas para se proceder a uma matrícula no 1º ano de escolaridade, é o aluno ter seis anos de idade feitos até à data de início das aulas, seja, até 15 de Setembro. A partir dessa data, poderá será aceite como condicional, desde que complete os seis anos, até 31 de Dezembro do ano civil, e de acordo com o número de lugares existentes no primeiro ano de escolaridade da escola pretendida.

A introdução, para contar a história recente de uma aluna, de pseudónimo Maria, para salvaguardar o seu bem-estar identitário.

Ora, Maria fará seis anos de idade no fim do mês de Setembro de 2023, logo possível de ser inscrita, dentro das condições referidas, para além de ser considerada uma aluna capaz pelas competências psico-cognitivas confirmadas por quem a acompanhou até esta fase do seu crescimento. 

Feita a inscrição na plataforma para a escola pública que seria suposto frequentar, receberam, os seus progenitores, a informação de recusa  dessa, com a justificada alegação de que “não terá vaga neste agrupamento”.

Mais informa a secretaria da escola, que “No agrupamento D. Pedro, Canidelo, haverá duas turmas de vinte alunos, cada, e essas já estarão completas”, pois incorporaram, nas matrículas para o próximo ano lectivo, uma leva de alunos emigrantes que aguardavam a documentação legal e estavam em lista de espera para ingressar no ensino nacional. 

Procuramos perceber da veracidade e justificações quanto ao número de alunos emigrantes que terão sido matriculados, qual enxurrada, para o próximo ano lectivo 2023-2024, e tudo parece apontar, justificadamente, para o número elevado de emigrantes cuja legalização marcou passo, por razões burocráticas – a velha burocracia incompetente e obstáculo a qualquer desenvolvimento -, desde 2021, e à qual o ministro do MAI, José Luís Carneiro se referia, a 18 de Fevereiro de 2013, como “objectivo regularizar 150 mil emigrantes, número incerto (…)”, pois entre tanto não tem havido controlo algum. Referia, também, que “o número de emigrantes respeita a diversas nacionalidades”, como brasileira, inglesa, alemã, francesa, entre outras, pois terão esquecido mencionar comunidades euro-asiáticas, por exemplo.

Entre as muitas questões que se colocam, e as observações anteriores  justificam, voltamos à razão deste artigo no exemplo da Maria.

Ora, estando a Maria preparada, como já mencionado, para o novo desafio que é iniciar o primeiro ano da escolaridade obrigatória, “Como dizer-lhe que não vai aprender a ler este ano lectivo de 2023-2024, algo que tanto ansiava”, com as justificativas de que “não há lugar para ela”, e “por atingir os seus seis anos de idade, uns dias após o início do novo ano escolar!” esse que esperava fosse seu, também?!

Não deixa de ser questionável, pois… e se a “Maria fizesse anos a 15 de Setembro? A escola pública teria de encontrar uma solução, não?!

A escola pública que toda a esquerda diz defender, e que em quarenta e nove anos de democracia, nos últimos trinta anos serviu para sorver gastos mal geridos nem explicados, para deixar-se degradar estruturalmente de seguida, como testemunhamos hoje, esquecida, totalmente esquecida da sua razão de ser.

Está na hora de arrumar esta e outras situações anacrónicas resultantes de uma política Educativa tendenciosa e feita a pensar em todos os agentes educativos, menos na sua razão de ser…. os alunos, as crianças em formação para adultos num futuro que chega breve, mesmo já, amanhã. E que desejamos bem mais capazes em toda a sua essência e valores do hoje, 2023.

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