Viva o progresso socialista, viva

© Folha Nacional

Em Portugal o povo habituou-se a viver acima das suas possibilidades, mas mesmo muito acima delas, digamos que se viciaram em luxos nada de acordo com a debilitada situação financeira da nação e é preciso acabar com isso, já. Nação pobre, com hábitos de rico. E verdade seja dita, é preciso assumir com clareza que finalmente chegaram os governos do socialismo puro, para colocar as coisas no lugar e fazer com que os portugueses passem a viver na pobreza em que o país anda há décadas a marinar e a pouco e pouco chegamos lá, estamos mais perto do que nunca.

A determinada a altura, começaram por aí a abrir maternidades à toa, isto era maternidades por todo o lado, qualquer hospitalzeco de vão de escada tinha uma maternidade, qualquer bicho careta exigia nascer na maternidade, a malta ainda lá na barriga da mãe e já vociferava que não queria nascer em casa, tinha que ser na maternidade e aí está o governo de esquerda do partido socialista a acabar com estes vícios, era só o que faltava. É preciso poupar o dinheirinho e começaram e muito bem, pelo fecho das maternidades. Mas a coisa faz-se com metodologia, primeiro fechavam sem avisar e a malta grávida e verdade seja dita que ninguém as mandou engravidar, só quando lá chegava é que dava por ela, enquanto os responsáveis socialistas negavam ter fechado o que sabiam e toda a gente via que estava fechado. Depois evoluíram e começaram a programar a coisa, fechavam hoje umas, amanhã outras, no outro dia logo se via e assim a malta vai andando e circulando de hospital em hospital até encontrar uma aberta, a ver qual é que estava de serviço, com a grande vantagem de a rapaziada nascer já a conhecer o mapa dos hospitais. Para que não sobre nenhuma mesmo, agora vão fechar a maternidade do Hospital de Santa Maria, o grande hospital de referência do país. Isso mesmo, fecha e não bufa. Ups, eu disse hospital de referência? mas aquilo não foi construído ainda por esse ditador facínora de seu nome Salazar? Desculpem lá o mau jeito, mas em 50 anos de democracia ainda não houve ocasião para construir um mais moderno. Adiante. Agora já andam a fechar mesmo definitivamente e que se lixe o assunto, porque o governo é dos tais socialistas, portanto, podem fechar, o povo manso e tanso assiste e cala-se, porque percebe que andou a viver acima do que devia e a gastar o que não lhe pertencia e precisa de voltar às origens, que é como quem diz, ao tempo das parteiras irem lá a casa e eu acho bem. Gente sou eu e nasci numa casa ali na Praça da República, assistido por umas segundas tias, tias da minha mãe, portanto e ainda hoje sinto as mãos delas a fazerem-me deslizar para fora do invólucro, tal a subtileza do manuseamento e aqui estou eu do alto dos meus 66 anos a assistir a este regresso ao passado e ao fim destes luxos das maternidades. Parteiras é o que vai dar, acabem lá com essa malta desnecessária dos tais obstetras que andam aí só a explorar o Estado. Olha e poupa-se também nos cursos, não havendo maternidades, também não são precisos para nada. E viva à evolução socialista.

É isso e agora arranjaram aí essa coisa do aborto, gente fina esta, não lhes servia os “desmanches” que iam fazer ali à fronteira com a Espanha, agora não vão lá fazer os abortos, porque para isso continua a haver condições, dinheiro e médicos, mas vão ter que lá ir se quiserem esses luxos das maternidades. Coisas do socialismo progressista. É preciso poupar e deixar de esbanjar recursos em coisas supérfluas.

Mas essa coisa do sistema socialista, que sempre fez avançar o mundo, é muito experiente nestas andanças e não anda a ver a banda passar, são verdadeiros estrategas na arte da governação e da evolução civilizacional e a olhar para o futuro do país e estas políticas são organizadas, coerentes, nada é feito ao acaso. Vai daí, adotaram políticas a que eles chamam educativas, onde incentivam os putos, logo desde pequeninos, a gostarem de putos do mesmo sexo, os meninos com meninas provavelmente dariam mais meninos e depois a malta ía dar por falta das maternidades que já não vai haver, portanto é urgente acautelar o futuro e fazer quebrar urgentemente esses ímpetos pro-criativos, explicando que agora há aí uma moda em que o que está a dar é meninos com meninos e meninas com meninas, maternidades para quê? Vamos lá parar com esses luxos e já antes que acabe a legislatura e entretanto, povo lindo do meu coração, nas próximas eleições vamos votar em força nos socialistas. É com eles que o país avança, haja esperança.

Nota: o que vale é que o dinheiro poupado nas maternidades vai direitinho para as outras áreas do serviço nacional de saúde que funcionam na perfeição e ainda bem.

Artigos do mesmo autor

“Sim, porque as nossas ruas mudaram, o nosso ambiente urbano mudou, o nosso sossego desassossegou, o nosso medo aumentou, o passeio higiénico noturno acabou, a criminalidade a todos os níveis aumentou, ao contrário do que dizem os números e as estatísticas divulgadas, obviamente trabalhadas falaciosamente em “laboratório” ideológico. Tudo está afinado para fazer de conta […]

É gritante a falta de imaginação da esquerda em Portugal, que insiste em usar as mesmas estratégias ao longo de 50 anos, para combater aqueles que pensam e falam de forma diferente deles. Em 1974, ou em 2024 a conversa não se altera. Naquela época, militantes e simpatizantes do partido considerado de “direita”, foram perseguidos […]

“…porque não somos ingratos, resta-nos agradecer aos MST deste país, a generosa e gratuita colaboração nesta campanha eleitoral em que estamos imbuídos, o vosso esforço e labor jamais serão esquecidos, é convosco a pensar em nós dia e noite que lá chegaremos à vitória que tanto vos perturba e desespera” O Expresso volta esta semana […]

É uma coisa que os incomoda, que os enerva, é uma ideia que eles odeiam, mas garantidamente se aceitarem, dói muito menos. É mesmo uma questão de hábito, vamos lá então.

PS admite contratação de estrangeiros para Forças Armadas Evidentemente que a esquerda em Portugal, a começar por uma fação, infelizmente cada vez maior do PS e a restante esquerda dos “blocos” e do PCP, se estão nas tintas para as Forças Armadas e tudo têm feito ao longo dos quase 50 anos da democracia para […]