O CHEGA requereu hoje a audição urgente da ministra dos Assuntos Parlamentares e do coordenador do grupo de projeto para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), José Sá Fernandes, sobre os contratos com recurso a ajuste direto.
Num requerimento endereçado à presidente da comissão parlamentar de Administração Pública, Ordenamento do Território e Poder Local, a deputada do PSD Isaura Morais, o CHEGA refere-se a uma entrevista dada por José Sá Fernandes à SIC Notícias na segunda-feira, na qual o coordenador do grupo de projeto para a JMJ disse não saber quantos ajustes diretos foram feitos.
O CHEGA considera que, “a fim de esclarecer, de uma vez por todas, os gastos do Governo com a organização da JMJ”, assim como perceber quantos contratos foram feitos por ajuste direto e porque razão, é necessário ouvir no parlamento Ana Catarina Mendes e José Sá Fernandes.
“A bem da transparência, e conscientes da autonomia do poder local, o CHEGA entende que deveriam ser igualmente convidados os senhores presidentes das Câmaras Municipais de Lisboa, Loures, Oeiras e Cascais, para esta mesma audição”, lê-se no requerimento.
Em declarações aos jornalistas após ter visitado os Bombeiros Voluntários de Camarate, em Loures, Ventura considerou que se mantém uma “confusão e falta de transparência” sobre os contratos por ajuste direto para a JMJ.
“Nós andámos a criticar há uns meses um contrato de consultoria do ex-secretário de Estado Marco Capitão Ferreira de 61 mil euros em quatro dias. Quer dizer, se não nos chocarmos com isto…”, afirmou.
Ventura considerou que, a cada vez que “um responsável político fala, embrulha-se ainda mais”, defendendo que tanto as palavras de Ana Catarina Mendes como de José Sá Fernandes têm sido pouco esclarecedoras.
Antecipando a possibilidade de o PS chumbar este requerimento, Ventura disse que o partido irá usar o seu direito potestativo para chamar José Sá Fernandes obrigatoriamente ao parlamento em caso de rejeição.
O coordenador “terá de dar explicações sobre isto. Não podem passar agora um pano sobre isto e os portugueses não saberem milhões que foram gastos dos seus impostos numa matéria tão sensível como esta”, disse.
Há uma semana, Ventura tinha anunciado que o CHEGA ia propor no parlamento que o Tribunal de Contas faça uma auditoria aos contratos com recurso a ajusta direto para a JMJ.