Acesso, sustentabilidade e recursos humanos maiores desafios do SNS

A sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde, através de uma estrutura "mais ágil e flexível", acesso aos cuidados e recursos humanos são os três grandes desafios apontados pelo diretor executivo quando se assinalam os 44 anos do SNS.

© D.R.

Na véspera da comemoração do Dia do Serviço Nacional de Saúde, criado há 44 anos, o diretor executivo do SNS, Fernando Araújo, falou à agência Lusa sobre a reforma do SNS, dos desafios futuros e das dificuldades sentidas no dia-a-dia, afirmando que o que está em causa é “reformar o SNS, para que possa continuar a responder ao objetivo para que foi criado: Uma resposta acessível, com qualidade, a todos os portugueses, tratando todos por igual”.

“E a verdade é que, com os profissionais que temos, que são excelentes, poderemos com estratégia, com uma nova visão do ponto de vista gestionário, adaptar o SNS e mantê-lo entre os melhores que temos do ponto de vista europeu. É isso que estamos a tentar fazer, dar-lhe um novo ânimo, uma nova visão, uma nova estratégia, mas para obter os mesmos resultados, resposta acessível a todos os portugueses”, declarou.

Questionado sobre a falta de consenso nas negociações do Ministério da Saúde com os sindicatos e das dificuldades que têm gerado, nomeadamente as greves dos médicos e dos farmacêuticos, Fernando Araújo reconheceu que “não tem sido fácil”.

“Pensávamos que eventualmente até junho podia ter sido conseguido esse acordo com os sindicatos. Não foi possível, o diálogo neste momento continua, e continuamos com a expectativa favorável que o mesmo chegue a bom termo”.

“É importante termos profissionais que estejam motivados, que se sintam reconhecidos, porque vão prestar um trabalho de um enorme esforço, de enorme complexidade, e que vão fazê-lo sempre com uma maior motivação e, portanto, este diálogo com os sindicatos não tem sido um diálogo fácil, isso também se repercute no dia-a-dia das instituições, mas temos uma esperança que consigam chegar a acordo e com isso traçamos aqui uma nova alma e um novo ânimo para os desafios que o SNS vai ter no futuro”, sustentou.

Sobre que desafios são esses, Fernando Araújo começou por apontar como primeiro grande desafio o acesso aos cuidados de saúde, defendendo ser necessário “dar resposta com mais celeridade” aos utentes que procuram o SNS, combatendo as listas de espera, que geram desigualdades.

“Eu diria que é o primeiro grande objetivo do SNS. Conseguir melhorar a capacidade de resposta do ponto de vista do acesso a cuidados, realçou.

Como segundo objetivo apontou a questão dos profissionais de saúde. “Conseguirmos captar recursos humanos, motivá-los, cativá-los é um dos maiores desafios, não só do SNS português, diria que neste momento é em todo mundo, mas naturalmente que nos cabe a nós, em Portugal, conseguir fazer isso com os recursos humanos que temos disponíveis”.

Fernando Araújo realçou ainda a questão da sustentabilidade do próprio Serviço Nacional de Saúde.

“Será um desafio futuro e para isso precisamos mais uma vez de alterar a forma de gerir o SNS, não é possível mantê-lo como era gerido há 40 anos, para que, com uma estrutura muito mais já ágil e flexível, consigamos ganhos para os utentes, ganhos para os profissionais e um serviço muito mais consistente e preparado para o futuro”, defendeu o diretor executivo do SNS.

Últimas do País

Os cerca de participantes no 14.º Congresso da Federação Nacional dos Médicos (Fnam) aprovaram hoje por unanimidade uma moção de adesão à greve geral de 11 de dezembro, convocada contra o pacote laboral do Governo.
Os bombeiros decidiram hoje avançar com protestos, como a recusa de realizar altas hospitalares durante algumas horas, marchas lentas e deslocação mensal de viaturas ao parlamento, face à ausência de respostas governamentais às reivindicações do setor.
Os mais de 125.000 acidentes rodoviários registados este ano provocaram 379 mortos, segundo dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), a propósito do dia mundial em memória das vítimas da estrada, que hoje se assinala.
O presidente da Liga do dos Bombeiros Portugueses (LBP) foi reconduzido no cargo para o quadriénio 2026-2029 com 79% dos votos dos participantes no 45.º Congresso Nacional, segundo os resultados hoje divulgados.
Sete distritos de Portugal continental estão hoje sob aviso amarelo, devido à previsão de chuva, por vezes forte e com trovoada, informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
A vacina da gripe destinada a idosos a partir dos 85 anos está em falta em várias Unidades Locais de Saúde (ULS) do país, tendo sido dadas indicações para que estas cedam doses entre si, confirmou hoje a DE-SNS.
O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), António Nunes, afirmou hoje que o Congresso, que decorre em Alcobaça, deve ser um ponto de viragem para o setor, que exige a valorização das carreiras e a dignificação das associações.
A Associação de Proteção Civil APROSOC responsabilizou hoje a Câmara do Seixal e a freguesia de Fernão Ferro pela morte de dois idosos, na quinta-feira, nas cheias no concelho, defendendo que devem ser julgadas "por omissões grosseiras".
Um homem e uma mulher com mandados de detenção internacional, emitidos pelo Brasil, por crimes de associação criminosa, corrupção e branqueamento de capitais, foram detidos em Lisboa, anunciou hoje a Polícia Judiciária (PJ).
Portugal continental registou 198 ocorrências entre as 00:00 e as 08:00 de hoje, devido ao mau tempo, sobretudo na área metropolitana do Porto, com o número de incidentes a diminuir devido à gradual melhoria do tempo.