PE quer alterar Tratados para passar a ter poder legislativo e alterar constituição da Comissão

O Parlamento Europeu (PE) defendeu hoje a necessidade de alterar os Tratados e apresentou propostas nesse sentido, nomeadamente um sistema bicameralista com menos bloqueios no Conselho Europeu e a revisão das regras de composição da Comissão.

©ecb.europa.eu

Face a um número de “desafios sem precedentes e de múltiplas crises” os eurodeputados querem alterar os Tratados para reforçar a voz dos cidadãos.

Para isso o PE apresentou várias propostas, nomeadamente, a constituição de um sistema “mais bicameralista e com menos bloqueios do Conselho, através de mais decisões por maioria qualificada e do processo legislativo ordinário”, à semelhança, por exemplo, de parlamentos nacionais como a Assembleia da República.

Na configuração atual, o Parlamento Europeu, salvo exceções concertadas entre todas as instituições europeias, não tem o mesmo poder de decisão legislativo que os parlamentos nacionais.

Por isso, o PE também quer “direito de iniciativa legislativa em toda a sua plenitude e um papel de colegislador para o orçamento a longo prazo”.

Os eurodeputados sugerem também que haja uma revisão das regras para a composição da Comissão Europeia, incluindo a eleição do presidente (atualmente Ursula von der Leyen) através de nomeação pelo PE e aprovação pelo Conselho Europeu, invertendo o modelo em vigor, e limitando a 15 o número de comissários, rodando entre os Estados-membros, que são 27.

O PE também quer melhorar a transparência do Conselho através da publicação “das posições dos Estados-membros” sobre as questões legislativas e quer criar mecanismos adequados para dar aos cidadãos mais poder sobre as decisões europeias e “conferir aos partidos políticos europeus um papel mais importante”.

Os eurodeputados querem agora que o Conselho da UE apresente as propostas ao Conselho Europeu para que os chefes de Estado e de Governo convoquem uma convenção para avançar com este processo.

Últimas de Política Internacional

O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, agradeceu ao presidente norte-americano e ao seu Governo o veto único a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que permitia a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Um tribunal russo condenou hoje um jovem com paralisia cerebral a 12 anos de prisão por alta traição por ter enviado 3.000 rublos (cerca de 33 euros) a um ucraniano, noticiou a plataforma independente Mediazona.
O ministro da Justiça francês lamentou hoje que as penas impostas a alguns dos detidos pelos graves distúrbios em Paris após a conquista do PSG da Liga dos Campeões "já não sejam proporcionais à violência” que o país vive.
A polícia húngara anunciou esta terça-feira (3 de junho) que proibiu a organização da “Marcha do Orgulho”, prevista para 28 de junho, na sequência da polémica lei que proíbe as manifestações LGBT+ com o argumento da proteção dos menores.
O parlamento da Polónia vai votar uma moção de confiança ao Governo no dia 11 de junho, após a vitória do candidato nacionalista da oposição, Karol Nawrocki, nas eleições presidenciais, anunciou hoje o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk.
O primeiro-ministro dos Países Baixos, Dick Schoof, anunciou esta terça-feira a queda de todo o Governo, após a demissão dos cinco ministros ligados ao partido PVV, de Geert Wilders.
O líder do partido PVV dos Países Baixos, Geert Wilders, retirou hoje o partido da coligação governamental, devido a um desacordo sobre a imigração, abrindo caminho para eleições antecipadas.
O conservador Karol Nawrocki venceu a segunda volta das presidenciais de domingo na Polónia, com 50,89% dos votos, contra 49,11% do rival, o liberal Rafal Trzaskowski, após o escrutínio da totalidade dos votos, anunciou Comissão Eleitoral Nacional.
Os dois candidatos da segunda volta das eleições presidenciais na Polónia, hoje realizada, estão empatados, segundo uma sondagem à boca das urnas, que não permite antecipar um vencedor.
A China denunciou hoje como inaceitável o paralelo que o Presidente francês, Emmanuel Macron, estabeleceu entre a situação na Ucrânia e em Taiwan, ilha que o Ocidente receia que seja invadida por Pequim.