Países europeus e árabes pedem criação de dois Estados

A reunião de 43 países europeus e árabes arrancou hoje em Barcelona com um apelo à mobilização da comunidade internacional em torno da "solução dos dois Estados", israelita e palestiniano, no Médio Oriente.

© D.R.

A solução dos dois estados “contribuirá decisivamente para a paz e a segurança em toda a região”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha, José Mnauel Albares, na abertura do encontro da União pelo Mediterrâneo (UpM), uma organização intergovernamental de que faz parte a Comissão Europeia, os 27 estados-membros da União Europeia (UE) e mais 16 países do Mediterrâneo, incluindo Israel, que decidiu, porém, não estar em Barcelona hoje.

Albares, o anfitrião do encontro, apelou à comunidade internacional para “não perder mais tempo” e mobilizar-se em torno de uma conferência de paz para o Médio Oriente.

“Reunimo-nos hoje com uma chamada à ação, a mobilização pela paz, uma paz que desta vez tem de ser definitiva, nunca mais devemos ver tantos civis inocentes mortos”, disse o ministro espanhol.

A reunião da UpM é co-presidida pelo chefe da diplomacia da UE, o espanhol Josep Borrell, e pelo ministro da Jordânia Ayman Safadi.

Também Borrell disse, na sessão de abertura do encontro, que a paz e a segurança a longo prazo no Médio Oriente, incluindo a própria segurança de Israel e do povo israelita, só será possível com o estabelecimento e o reconhecimento do estado palestiniano.

Para Borrell, um exército não consegue manter a segurança a longo prazo, só a paz o consegue.

No mesmo sentido se manifestou o ministro jordano, que defendeu que os dois estados são “a única via para a paz duradoura” na região e disse que os países árabes estão dispostos e disponíveis para trabalhar com os parceiros europeus e também com os Estados Unidos para acabar com o conflito no Médio Oriente.

Os dois ministros e Borrell foram também unânimes em condenar o ataque de 07 de outubro a Israel do grupo islamita radical Hamas, que controla o território palestiniano da Faixa de Gaza, mas vincaram igualmente que a resposta israelita viola o direito internacional.

“Um horror não justifica outro horror”, disse Borrel que como Albares e Ayman Safadi lembraram que já morreram 15 mil civis palestinianos desde 07 de outubro na Faixa de Gaza na resposta de Israel ao ataque do Hamas.

Os três responsáveis saudaram a trégua dos últimos dias, mas apelaram a que se prolongue e se transforme num cessar fogo permanente, para abrir caminho “à solução política”, nas palavras de Borrell, e para fazer chegar à população de Gaza, de imediato, a ajuda humanitária e o abastecimento de que precisa.

José Manuel Albares reiterou ainda a posição espanhola de que a Autoridade Palestiniana deve voltar a ter o controlo da Faixa de Gaza, sublinhando que o Hamas não é “um parceiro de paz”.

O ministro espanhol disse que para isso a Autoridade Palestiniana – que está hoje representada no encontro de Barcelona – tem de ser revitalizada e ajudada pela comunidade internacional.

Últimas de Política Internacional

Trump disse que vários países europeus já mostraram disponibilidade para enviar militares para a Ucrânia, como tal "não será um problema" responder às garantias de segurança exigidas pelo homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu hoje uma frente unida entre europeus e ucranianos em defesa de uma paz que não represente a capitulação da Ucrânia, na véspera da reunião com Donald Trump, na Casa Branca.
O enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, disse hoje que Putin concordou, na cimeira com Donald Trump, que sejam dadas à Ucrânia garantias de segurança semelhantes ao mandato de defesa coletiva da NATO.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse hoje que discutiu formas de terminar a guerra na Ucrânia "de forma justa", na cimeira com o homólogo norte-americano, Donald Trump, na sexta-feira, defendendo a “eliminação das causas iniciais”.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse hoje que “todos” preferem ir “diretamente para um acordo de paz” e não “um mero acordo de cessar-fogo” para acabar com a “terrível guerra” na Ucrânia.
O futuro da Ucrânia passa hoje pelo Alasca, uma antiga colónia russa onde os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia se vão reunir sem a participação do país invadido por Moscovo.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou hoje que qualquer acordo para pôr fim à guerra na Ucrânia terá de passar por uma cimeira com os homólogos russo e ucraniano, após a cimeira bilateral na sexta-feira.
A Rússia e a Ucrânia trocaram hoje 84 prisioneiros de guerra, anunciou o Ministério da Defesa russo, na véspera de uma cimeira muito aguardada entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo norte-americano, Donald Trump.
O chanceler alemão, Friedrich Merz, anunciou que a reunião virtual que líderes europeus e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, hoje mantiveram com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a guerra na Ucrânia foi “construtiva”.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, vai deslocar-se hoje a Berlim para participar numa videoconferência com o Presidente norte-americano antes do encontro deste com Vladimir Putin sobre a guerra na Ucrânia.