Republicanos da Câmara dos Representantes rejeitam lei de imigração do Senado

O líder da Câmara dos Representantes norte-americana, o republicano Mike Johnson, rejeitou hoje o acordo alcançado entre senadores republicanos e democratas, para impor restrições à imigração na fronteira entre Estados Unidos e México, por considerá-lo insuficiente.

©Facebook de Mike Johnson

 

“Os republicanos da Câmara opõem-se à lei de imigração porque não cumpre nenhuma das políticas necessárias para proteger a nossa fronteira”, frisou Mike Johnson, numa declaração conjunta com outros líderes republicanos.

Estes republicanos garantiram que qualquer análise do projeto de lei do Senado seria “uma perda de tempo”, porque “morreria ao chegar à Câmara”.

Após semanas de negociações, nas quais participaram a Casa Branca, o Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês) e um grupo de senadores bipartidário (republicanos e democratas), tinha sido tornado público o acordo que permite impor restrições à imigração e aprovar nova ajuda militar para Ucrânia.

O texto autoriza o governo federal a limitar o acesso ao asilo quando forem registadas 4 mil travessias diárias durante sete dias consecutivos. Ao mesmo tempo, eleva os requisitos para poder solicitar asilo nos Estados Unidos.

O plano pretende acabar com a prática conhecida como “stop and release” [“detenção e libertação”, em português], na qual os migrantes indocumentados que chegam à fronteira e se apresentam às autoridades que solicitam asilo são libertados enquanto aguardam uma audiência perante um juiz de imigração.

O plano atribui também 650 milhões de dólares (605 milhões de euros) para construir ou melhorar barreiras físicas na fronteira, aumenta substancialmente a capacidade de alojamento de migrantes detidos e atribui 4 mil milhões de dólares (3,7 mil milhões de dólares) para contratar mais pessoal dedicado à gestão de pedidos de asilo.

Da mesma forma, torna mais rigorosos os critérios de aprovação de asilo para migrantes que alegam estar a fugir de perseguições e ameaças devido à raça, religião, filiação política ou porque são membros de um grupo discriminado.

O processamento dos pedidos de asilo, que agora demora anos, está limitado a seis meses.

Este acordo representa uma mudança significativa na posição que o Partido Democrata tem tido sobre a imigração, mas a Casa Branca colocou a questão sobre a mesa como moeda de troca para os republicanos aprovarem a ajuda militar à Ucrânia que está a ser bloqueada há meses.

Assim, esta proposta também inclui 60 mil milhões de dólares (56 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual) em ajuda militar à Ucrânia, 14 mil milhões de dólares (13 mil milhões de euros) a Israel, 4,8 mil milhões de dólares (4,4 mil milhões de euros) a Taiwan e 20 mil milhões de dólares (18,2 mil milhões de euros) para segurança na fronteira.

Espera-se que o projeto seja aprovado em votação esta semana no Senado, de maioria democrata. Se aprovado pela câmara alta, irá para a Câmara dos Representantes, onde os republicanos têm maioria.

Além da oposição da liderança do partido ao projeto, o acordo também enfrenta a rejeição do ex-presidente Donald Trump (2017-2021), líder de facto dos republicanos e candidato à reeleição nas presidenciais de novembro, que rejeita acordos com os democratas.

O plano foi elaborado pelos senadores James Lankford, Chris Murphy e Kyrsten Sinema, republicanos, democratas e independentes, respetivamente.

Últimas de Política Internacional

A NATO vai reforçar a vigilância e segurança no flanco leste da Aliança Atlântica, depois do incidente em que drones russos entraram no espaço aéreo da Polónia, anunciou hoje a organização.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, homenageou hoje, numa cerimónia solene no Pentágono, as vítimas dos atentados de 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque e Washington, que causaram cerca de 3.000 mortos.
O Presidente finlandês, Alexander Stubb, acusou hoje a Hungria e a Eslováquia de alimentarem a invasão da Ucrânia com as compras de recursos fósseis russos, durante uma visita à Ucrânia, ecoando críticas de Kiev.
A Comissão Europeia desembolsou hoje a oitava parcela do empréstimo de assistência macrofinanceira excecional (AMF), no valor de mil milhões de euros, de um total de 18,1 mil milhões de euros.
Peter Mandelson foi destituído do cargo de embaixador britânico nos Estados Unidos "com efeito imediato", na sequência de alegações sobre a sua relação com o abusador de menores norte-americano Jeffrey Epstein, comunicou hoje o Governo.
A Polónia, membro da União Europeia (UE) e da NATO, anunciou hoje que restringiu o tráfego aéreo na sua fronteira leste, após a invasão de cerca de 20 drones russos suspeitos no seu território.
O primeiro-ministro polaco anunciou esta quarta-feira que vai invocar o artigo 4.º do Tratado da NATO, que prevê consultas entre todos perante ameaças à segurança de um dos Estados-membros, na sequência da violação do seu espaço aéreo por drones russos.
A França regista hoje protestos que se fizeram sentir principalmente nos transportes e autoestradas, com mais de 100 detenções, a maioria em Paris, num dia em que estava previsto um bloqueio total convocado contra as medidas do Governo.
Manifestantes nepaleses incendiaram esta terça-feira o Parlamento na capital Katmandu, após a demissão do primeiro-ministro na sequência de protestos que causaram 19 mortos, anunciou um porta-voz da assembleia.
O Parlamento Europeu (PE) validou hoje o acordo entre a União Europeia (UE) e o Brasil que permite o intercâmbio de dados pessoais e não pessoais para combater a criminalidade grave e o terrorismo.