A Capela Real, projetada por Mateus Vicente de Oliveira no século XVIII, irá reabrir pelas 10:00, concluídas as obras que tiveram como objetivo reintegrar o Órgão Histórico de Tubos, executado no mesmo século pelo construtor Machado e Cerveira.
O órgão regressará ao local original ao fim de mais de 100 anos, sublinha um comunicado divulgado pela empresa responsável pelo património cultural e natural do concelho de Sintra.
O templo foi objeto de uma intervenção global de conservação e restauro que contemplou diversas técnicas artísticas e decorativas, assim como a intervenção nos espaços contíguos, como a sacristia, salas adjacentes, espaços privados do piso superior, bem como as áreas de ligação entre os dois pisos.
Segundo a Parques de Sintra, também a copa de apoio a eventos, localizada ao nível no piso inferior, foi renovada.
No mesmo período, o Órgão Histórico de Tubos foi igualmente objeto de reparação e restauro. A montagem na capela “irá decorrer até ao final do ano, num processo que poderá ser observado pelos visitantes do Palácio Nacional de Queluz”.
O projeto, iniciado em 2017, teve um investimento global de cerca de um milhão de euros, no âmbito dos múltiplos projetos no Palácio Nacional e Jardins de Queluz que a Parques de Sintra concretizou, “e que totalizam cerca de 11 milhões e meio de euros na última década”.
“Foram executadas todas as ações indispensáveis à alteração pontual da estrutura da área do coro alto para a perfeita e funcional integração na Capela Real deste instrumento que se estima possuir um total de 2.428 tubos, 1.471 no órgão principal e 957 no órgão positivo”, indica o comunicado hoje divulgado.
Crê-se que este órgão pertencia ao Palácio da Bemposta e que terá vindo para Queluz em 1778, onde permaneceu até 1916. Nesse ano foi desmontado na totalidade do centro do coro alto.
Apenas a sua frontaria foi recolocada do lado direito do coro alto, “mas até essa parte do instrumento foi removida em 1988, ficando a capela sem vestígios deste instrumento até à atualidade”.
“O órgão histórico da Capela Real do Palácio Nacional de Queluz recuperará, assim, o seu esplendor e voltará a ser escutado”, sublinha a Parques de Sintra sobre o projeto.
Nos últimos dez anos, os parques e monumentos administrados pela Parques de Sintra – Parque e Palácio Nacional da Pena, Palácios Nacionais de Sintra e de Queluz, Chalet da Condessa d’Edla, Castelo dos Mouros, Parque e Palácio de Monserrate, Convento dos Capuchos e Escola Portuguesa de Arte Equestre – receberam cerca de 25 milhões de visitas.
A empresa recorda que, neste período, investiu 40 milhões de euros no património edificado e natural à sua guarda, “sem recorrer ao orçamento de Estado”, através de um “modelo de gestão pioneiro que assenta na capacidade de o património gerar receitas que são depois reinvestidas na sua recuperação e manutenção”.
“Continuando na mesma linha de atuação, futuramente, a empresa prevê investir mais cerca de 30 milhões de euros na valorização dos parques e monumentos que gere”, avança ainda no comunicado sobre a reabertura da Capela Real do Palácio Nacional de Queluz.