Senhorios queixam-se à provedora de Justiça sobre compensação às rendas antigas

A Associação Lisbonense de Proprietários apresentou uma queixa formal na Provedoria de Justiça, acusando o Estado de bloquear o acesso dos senhorios à compensação por rendas antigas e de usar o valor tributário sem atualização para calcular o apoio.

© D.R.

Na queixa, a ALP pede a intervenção urgente da provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral, indicado que estão em causa os direitos de mais de 124 mil senhorios com rendas antigas – ou seja, contratos celebrados antes de 1990 e cujo valor se tem mantido congelado.

A motivar esta queixa está a compensação a estes senhorios, um processo que arrancou em julho do ano passado, com a ALP a apontar “arbitrariedades e injustiças flagrantes” no âmbito das candidaturas e pagamento desta compensação pela não transição daqueles contratos para o Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU).

Na queixa remetida à provedora de Justiça, a associação presidida por Menezes Leitão acusa o Estado de estar “deliberadamente a bloquear o acesso à compensação pelos senhorios, a sua maioria idosos ou muito idosos”, ao introduzir um circuito “burocrático impraticável”, exigindo que a atribuição do apoio se torne automática.

Outro dos motivos de queixa, adianta a ALP em comunicado, é a obrigatoriedade da instrução do processo de candidatura à compensação (atribuída pela Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana – IHRU) ocorrer numa plataforma online “extremamente complexa”, sem alternativa, quando estão em causa muitas pessoas idosas.

“Este é um dos pontos mais penosos e perversos quando em causa estão senhorios muito idosos, que face às barreiras apresentadas desistem sequer de iniciar o processo”, lê-se no comunicado.

A ALP contesta ainda o facto de o cálculo da compensação aos senhorios ter com base o valor patrimonial tributário do imóvel arrendado sem a correção monetária da última década, apesar de, em termos de pagamento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), o imposto ser calculado sobre o valor mais elevado – já com a correção monetária.

A juntar a estas denúncias, a associação aponta os atrasos no tratamento e análise das candidaturas e a não existência de um prazo máximo de resposta aos cidadãos, questionando ainda o facto de não estar previsto o pagamento de juros de mora.

Criticando a manutenção do congelamento das rendas, a ALP promoveu uma petição pública a exigir o fim desta situação, acentuando que já reuniu 5.000 assinaturas, tendo o objetivo de atingir as 7.500 para impor a discussão do tema pelo parlamento.

Últimas de Economia

A Euribor desceu hoje a três e a seis e estabilizou a 12 meses em relação a terça-feira, nos dois prazos mais curtos para novos mínimos desde dezembro e outubro de 2022, respetivamente.
O valor mediano de avaliação bancária na habitação fixou-se em 1.866 euros por metro quadrado em abril, numa subida de 16,9% face ao mesmo mês do ano passado e mais 19 euros (1,0%) que em março.
A Euribor desceu hoje a três, a seis e a 12 meses em relação a segunda-feira, nos dois prazos mais curtos para novos mínimos desde dezembro e outubro de 2022, respetivamente.
O apagão elétrico de 28 de abril poderá ter custado 2.000 milhões de euros às empresas nacionais, com 99% das sociedades que participaram num inquérito da Associação Industrial Portuguesa (AIP) a dizerem ter sido afetadas.
A Mota-Engil celebrou um novo contrato no Brasil, com a Petrobras, para serviços de manutenção, construção e montagem em plataformas de petróleo 'offshore', por cerca de 250 milhões de euros, adiantou, em comunicado ao mercado.
O ouro detido pelo Banco de Portugal (BdP) valia 31 mil milhões de euros no final de 2024, mais 34% do que em 2023, segundo o Relatório de Implementação da Política Monetária de 2024 hoje divulgado.
A Sonae anunciou hoje um acordo para a venda das marcas de moda MO e Zippy à atual equipa de gestão, com o grupo a encaixar 20 milhões de euros com a operação, segundo um comunicado.
A bolsa de Lisboa encerrou hoje em alta, com o índice PSI a valorizar 0,57% para 7.372,78 pontos, com as ações dos CTT a liderarem os ganhos, subindo 2,51%.
O presidente executivo do Millennium BCP admitiu hoje disponibilidade para analisar uma compra do Novo Banco caso os acionistas optem pela venda direta e não pela entrada em bolsa, mas sublinhou que plano do seu banco é crescer organicamente.
O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) criticou hoje a excessiva regulação sobre a banca, enquanto a vice-governadora do Banco de Portugal considerou que a regulação fortaleceu os bancos e não impede os lucros.