Viúva do opositor russo Alexei Navalny pede mobilização dos exilados russos

A viúva do opositor russo Alexei Navalny e atual líder da oposição no exílio, Yulia Navalnaya, apelou hoje, em Berlim, aos exilados russos para se manifestarem e serem a voz dos compatriotas que não o podem fazer no país.

© Facebook de Alexei Navalny

“Devemos sair” e manifestar-nos “por aqueles na Rússia que não podem fazê-lo”, disse Yulia Navalnaya numa cerimónia em memória do marido.

“Sejamos a voz” daqueles que não podem deixar o país, pediu a viúva de Alexei Navalny aos exilados e outros membros da diáspora.

“Quero que o regime de Vladimir Putin [o Presidente russo] acabe o mais depressa possível […] para que eu possa voltar à Rússia e construir uma vida normal no país”, disse Yulia Navalnaya, declarada “extremista” na Rússia e que assumiu a liderança do movimento da oposição a partir do exterior.

Apesar dos riscos de represálias legais, um ano após a morte, na prisão, do principal opositor do Kremlin, mais de mil apoiantes de Alexei Navalny prestaram-lhe homenagem hoje junto à sua sepultura em Moscovo, apesar do risco.

Segundo repórteres da agência France-Presse, pelo menos 1.500 pessoas marcharam para depositar flores no túmulo de Navalny no cemitério de Borisovskoye, onde ao início da tarde formavam ainda uma grande fila.

Vários diplomatas ocidentais, incluindo representantes das embaixadas norte-americana, francesa, espanhola, norueguesa e da União Europeia, também visitaram o túmulo do opositor do Kremlin.

Durante um breve discurso no cemitério, a mãe de Alexei Navalny pediu que os responsáveis pelo “assassínio” do seu filho sejam “punidos”.

“O mundo inteiro conhece o patrocinador. Mas queremos saber dos executantes, aqueles que permitem isto…”, acrescentou Lyudmila Navalnaya, emocionada.

O sistema de segurança era discreto, com policiais à paisana posicionados principalmente ao redor do cemitério.

Carismático ativista anticorrupção e inimigo político número um de Vladimir Putin, Navalny foi declarado “extremista” pelos tribunais russos.

Mencionar em público o opositor ou a sua organização, o Fundo Anticorrupção (FBK), sem especificar que foram declarados “extremistas”, expõe os infratores a pesadas sanções.

Esta ameaça mantém-se em vigor apesar da morte de Navalny, em circunstâncias obscuras numa prisão do Ártico em 16 de fevereiro de 2024, e apesar do exílio de quase todos os seus colaboradores da Rússia.

Últimas do Mundo

Cada vez mais portugueses procuram a Arábia Saudita, onde a comunidade ainda é pequena, mas que está a crescer cerca de 25% todos os anos, disse à Lusa o embaixador português em Riade.
O Papa rezou hoje no local onde ocorreu a explosão no porto de Beirute em 2020, que se tornou um símbolo da disfunção e da impunidade no Líbano, no último dia da sua primeira viagem ao estrangeiro.
Pelo menos 30 pessoas foram sequestradas em três ataques por homens armados durante o fim de semana no norte da Nigéria, aumentando para mais de 400 os nigerianos sequestrados em quinze dias, foi hoje anunciado.
Pelo menos quatro pessoas morreram baleadas em Stockton, no estado da Califórnia, no oeste dos Estados Unidos, anunciou a polícia, que deu conta ainda de dez feridos.
O estudante que lançou uma petição a exigir responsabilização política, após o incêndio que matou 128 pessoas em Hong Kong, foi detido por suspeita de "incitação à sedição", noticiou hoje a imprensa local.
O alto comissário das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Volker Türk, denunciou hoje que “pelo menos 18 pessoas” foram detidas no golpe de Estado de quarta-feira na Guiné-Bissau e pediu que se respeitem os direitos humanos.
O Tribunal Penal Internacional (TPI), confirmou, na sexta-feira, que continua a investigar crimes contra a humanidade na Venezuela, depois de em setembro o procurador-chefe Karim Khan se ter afastado por alegado conflito de interesses.
Um "ataque terrorista" russo com drones na capital da Ucrânia causou hoje pelo menos um morto e sete feridos, além de danos materiais significativos, anunciaram as autoridades de Kiev.
O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) denunciou hoje que um grupo de homens armados e encapuçados invadiu a sua sede, em Bissau, agredindo dirigentes e colaboradores presentes no local.
A agência de combate à corrupção de Hong Kong divulgou hoje a detenção de oito pessoas ligadas às obras de renovação do complexo residencial que ficou destruído esta semana por um incêndio que provocou pelo menos 128 mortos.