ONU saúda cessar-fogo na Ucrânia mas lamenta impacto contínuo para civis

A ONU congratulou-se hoje com o recente cessar-fogo limitado às infraestruturas energéticas alcançado na guerra na Ucrânia, mas lamentou o impacto nos civis, "que não tiveram um único dia sem ataques desde o início do mês".

© Facebook da United Nations

Numa reunião informativa do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação humanitária na Ucrânia, a secretária-geral adjunta das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, Joyce Msuya, focou-se no impacto civil desta guerra, garantindo que a situação continuou a agravar-se, especialmente na sequência dos severos cortes globais de financiamento para operações humanitárias.

“Desde 01 de março que não havia um dia sem que ataques causassem danos a civis. Estamos particularmente consternados com os ataques ocorridos em todo o país no dia 07 de março, que mataram 21 civis e feriram muitos outros, tornando-se um dos dias mais mortíferos deste ano”, disse.

“A violência continuou na semana passada, ceifando a vida a dezenas de civis e ferindo centenas de outros no norte, no centro, no leste e no sul da Ucrânia. As regiões de Sumy, Odessa, Dnipro, Donetsk e Kharkiv foram particularmente afetadas, com danos generalizados em casas, lojas, armazéns e veículos”, relatou.

Apesar de se congratular com os anúncios de um cessar-fogo nas infraestruturas energéticas, assim como com as negociações para garantir uma navegação segura no mar Negro, Msuya sublinhou que, à medida que o tempo frio persiste, os ataques passados à infraestrutura energética continuam a afetar o acesso dos civis à eletricidade, ao gás, ao aquecimento e à água, ameaçando as vidas e o bem-estar dos mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com deficiência.

Por esta razão, em cidades e vilas na linha de frente, a população continua a enfrentar um dilema difícil: “fugir em condições perigosas, deixando para trás tudo o que possuem, ou ficar e correr o risco de ferimentos, morte e acesso limitado a serviços essenciais”, disse.

A Missão de Monitorização dos Direitos Humanos da ONU na Ucrânia verificou que, desde 24 de fevereiro de 2022, data da invasão da Rússia, pelo menos 12.881 civis ucranianos, incluindo 681 crianças, foram mortos. Quase 30.500 ficaram feridos.

Os números reais são provavelmente muito maiores, de acordo com a ONU.

A Organização Mundial de Saúde já verificou mais de 2.300 ataques que afetaram instalações de saúde, funcionários, transporte, mantimentos e doentes na Ucrânia desde fevereiro de 2022.

Em toda a Ucrânia, quase 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

Espera-se que os cortes de financiamento afetem ainda mais cerca de 640.000 mulheres e raparigas na Ucrânia, uma vez que os serviços vitais para a violência de género, o apoio psicossocial e os espaços seguros já não serão mantidos, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a População.

Esta reunião foi convocada pela França e pelo Panamá, com o apoio de Dinamarca, Grécia, Eslovénia e Reino Unido, depois de terem recebido duas cartas da Ucrânia, datadas de 13 e 21 de março, nas quais eram relatados ataques contínuos com drones contra infraestruturas civis e instalações energéticas em todo o país.

O encontro decorre num momento de intensa atividade diplomática relacionada com a guerra na Ucrânia, incluindo os esforços dos Estados Unidos para garantir um cessar-fogo abrangente de 30 dias.

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