“Espero que a Igreja, pilar fundamental da civilização cristã, seja capaz de transformar esta perda enormemente dolorosa numa capacidade de […] unir o cristianismo e a cristandade na luta pelas causas comuns da civilização que nos une”, afirmou o Presidente do CHEGA em declarações aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa.
“Dizia um outro Papa, João Paulo II, a Europa é cristã, a sua matriz é cristã e não a devemos perder em nenhuma circunstância”, acrescentou.
André Ventura recordou o legado de Francisco, apesar das divergências em algumas matérias, nomeadamente em termos de migrações, e disse que “a Igreja Católica sai diferente” com este papado.
O líder do partido não especificou se a Igreja melhorou ou piorou com Francisco, mas afirmou que esta “tem que começar a ter mais posição de firmeza nas grandes lutas”, nomeadamente “contra a cultura ‘woke’ e contra a sexualização das crianças”.
Ventura atacou também ainda outros líderes partidários por tentarem usar “uma brecha no cristianismo e na comunidade católica hoje em dia, dando a entender que o Papa Francisco era uma espécie de precursor de uma esquerda dentro da Igreja”.
“A Igreja não tem esquerda nem direita, a Igreja tem a comunidade de pessoas que são parte e pilar da nossa comunidade e da nossa civilização”, defendeu.
Em matéria de imigração, André Ventura expressou-se também dizendo que “para lá do Marão, mandam os que lá estão” e que “em Portugal mandam os portugueses”.
Na mesma linha, o Presidente do CHEGA considerou ser “impossível a Europa receber toda a gente” assim como Portugal, acrescentando que “quem tem que vir tem que ter critério, tem que ter condições, tem que cumprir a lei e tem que ter condições de vir”.
O Papa Francisco morreu hoje aos 88 anos, após 12 anos de um pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia. Nascido em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a chegar à liderança da Igreja Católica.
Francisco esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março. A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer.