Câmara de Sintra aprova contrato com PSP para 144 câmaras de videovigilância

O executivo municipal de Sintra aprovou esta terça-feira o contrato de cooperação com a PSP para o sistema de videovigilância urbana em várias freguesias do concelho, mas a instalação das 144 câmaras depende do concurso público para a sua aquisição.

© D.R.

Segundo uma proposta do vice-presidente da câmara, Bruno Parreira (PSD), foi aprovada por unanimidade a minuta do contrato interadministrativo de cooperação com a PSP que visa “regular a utilização dos equipamentos afetos ao sistema de videovigilância”, destinado à proteção “de pessoas e bens públicos e privados, no concelho de Sintra”, bem como o “acordo de subcontratação de dados pessoais”.

O município de Sintra e a PSP identificaram os locais onde se justifica a instalação de câmaras de videovigilância, “tendo por intuito prevenir e reprimir a criminalidade de combater o sentimento de insegurança vivido em algumas freguesias do concelho”,refere-se na minuta de contrato interadministrativo, a que a Lusa teve acesso.

De acordo com a Lei de Segurança Interna, os sistemas de videovigilância apenas podem ser usados “para proteção da segurança das pessoas, animais e bens, em locais públicos ou de acesso público, e a prevenção da prática de factos qualificados pela lei como crimes, em locais em que exista razoável risco da sua ocorrência”.

O projeto, submetido pela Direção Nacional da PSP e pelo município para aprovação, “previa a instalação de 144 câmaras de vídeo, em pontos identificados pela PSP como necessários, tendo em consideração o número de incidentes criminógenos” em cada um dos locais, lê-se no documento.

A Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD), em parecer de junho de 2024, pronunciou-se pela “conformidade do sistema proposto com os requisitos técnicos do equipamento” previsto, assim como quanto “ao cumprimento dos princípios de utilização das câmaras”.

No âmbito do contrato, o município instala todo o sistema de videovigilância, mediante a aquisição da rede privada de fibra ótica a utilizar pela Rede Nacional de Segurança Interna, e das câmaras de vídeo, enquanto nas instalações da PSP é criado um centro de gestão e controlo, para gravação e visualização das imagens recolhidas.

O sistema aprovado tem autorização de funcionamento durante três anos, contados desde a entrada efetiva em operação, altura em que entra em vigor o contrato entre o município e a PSP. Na reunião de câmara, o vereador social-democrata Luís Patrício congratulou-se por se dar “mais um passo”, numa proposta apresentada “logo no início do mandato” pelo PSD, que demorou, mas “está a andar”.

O vereador Maurício Rodrigues (CDS-PP) também se manifestou contente com a proposta, apesar de o presidente da autarquia e o executivo socialista nunca terem considerado “de grande importância a videovigilância”, criticando o facto de ter estado “parada no gabinete” do vice-presidente desde final de 2024.

O vice-presidente da câmara admitiu que o PSD se tem batido ao longo dos anos “pela vídeo proteção”, mas salientou que a PSP reconheceu que, no processo de Sintra, tiveram que “andar de telefone na mão à procura de interlocutor”. Além disso, prosseguiu, “não foi fácil” concluir um protocolo que juridicamente “tem de ser visto e revisto”, pois das obras da central de visionamento à instalação dos equipamentos, “tudo e mais alguma coisa é da responsabilidade do município”.

Em termos políticos, Bruno Parreira alertou para o risco de se dar a entender que algumas situações “não aconteceriam se houvesse um sistema de vídeo proteção”, no que será o “pior dos caminhos”, pois estar-se-á “a enganar as pessoas”.

“As câmaras não vão estar nem todas as ruas nem em todas as esquinas”, apontou o autarca socialista, recusando que, obviamente, se passe “a viver numa espécie de um ‘Big Brother’”.

Para Bruno Parreira, a videovigilância “pode ajudar a resolver problemas” e os contratos locais de segurança já a previam, mas não se pode esquecer as medidas de “integração social” e “apoio às forças de segurança”, com a criação de condições para os agentes, meios à sua disposição e “salubridade das esquadras”.

“É um caminho que hoje dá mais um passo, mas que deve ser dado este passo não abrindo flanco nenhum ao populismo e à demagogia”, advogou, considerando que “uma câmara não substitui nunca a presença de um ser humano” e “não pode nunca dar uma sensação errada de que estamos todos a ser observados a todo o momento”.

O presidente da câmara, Basílio Horta (PS), referiu que, na Área Metropolitana de Lisboa, “tendo em conta a área de Sintra e a população”, o município é “número um em termos de segurança, com uma exceção” que “deve envergonhar, que é a violência doméstica”, em que não é “dos piores”, mas não é “o melhor”.

“Não sou fã, como sabem, da vigilância eletrónica”, que “é útil em sítios onde há uma alta criminalidade”, admitiu o autarca, defendo que é mais uma medida a juntar às forças de segurança, mas que, quando “dispensa a polícia e as forças de segurança, às vezes, não só não é útil como até é prejudicial”.

A instalação das câmaras avançará após a conclusão do concurso público para a sua aquisição, ficando assim para o próximo executivo camarário.

Últimas do País

O médico Miguel Alpalhão, que recebeu mais de 700 mil euros em três anos de cirurgias adicionais no Hospital de Santa Maria (Lisboa), foi suspenso de funções com perda total de vencimento.
Os maiores aumentos registaram-se entre mulheres asiáticas, sobretudo oriundas do Bangladesh, que ocupou o segundo lugar no número de episódios nos dois anos analisados.
Um bebé de apenas um ano deixou de respirar nos braços do pai, em Loures, mas a tragédia foi evitada por um agente da PSP que, em poucos segundos, conseguiu reanimá-lo.
O Governo decidiu que a solução para os problemas da saúde não passa por mais médicos, mais recursos ou menos burocracia, passa por criar um novo cargo. As Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) vão ganhar vice-presidentes especializados em Saúde, num movimento que promete revolucionar tudo… exceto o que realmente precisa de ser revolucionado.
O mês passado foi o segundo outubro mais quente em Portugal continental desde 1931, tendo sido muito quente e seco, segundo o mais recente boletim climatológico mensal do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) hoje divulgado.
A GNR registou até 31 de outubro 2.856 casos de burla informática através de utilização de aplicações para transferência imediata de dinheiro, informou hoje a Guarda numa nota para assinalar a operação “Comércio Seguro 2025”.
Uma das mais urgentes prioridades para o CHEGA na Câmara Municipal do Porto é pressionar o Executivo de Pedro Duarte a tomar decisões sobre o MetroBus na Avenida da Boavista.
O Conselho das Finanças Públicas confirma o pior cenário: o Serviço Nacional de Saúde afundou as contas públicas em 2024, absorvendo 93% de todos os prejuízos das empresas do Estado.
Portugal está a gastar mais de 40 milhões de euros por ano com reclusos estrangeiros, as prisões estão sobrelotadas, as agressões a guardas aumentam e o sistema aproxima-se do limite.
O Instituto Nacional de Emergência Médica registou este ano 28 intoxicações por monóxido de carbono, mais 10 do que em todo o ano de 2024, e alertou, esta quinta-feira, para os riscos de braseiras, esquentadores e fogões em locais com pouca ventilação.