Quase metade dos farmacêuticos está insatisfeita com a profissão

Quase metade dos farmacêuticos inquiridos num estudo hoje divulgado estão insatisfeitos com a profissão e 30% dizem que já procuraram oportunidades de emprego em farmácia comunitária no estrangeiro.

© D.R.

Promovido pela Associação Portuguesa de Jovens Farmacêuticos (APJF), o estudo aponta que mais de 90% destes profissionais se dizem preocupados com as condições do mercado de trabalho em Portugal.

Trinta por cento já procuraram oportunidades de emprego noutros países, valor que sobe para quatro em cada dez no caso dos farmacêuticos com menos de 35 anos.

Segundo o estudo, 43% dos farmacêuticos comunitários inquiridos confessam-se insatisfeitos ou muito insatisfeitos com a profissão.

O estudo, que resulta de um inquérito que contou com a participação de 1.095 farmacêuticos de várias faixas etárias, aponta para algumas razões que desmotivam os farmacêuticos comunitários.

A generalidade dos farmacêuticos não se encontra satisfeita com a sua remuneração (três em cada quatro), principalmente em função das suas qualificações profissionais e da realidade socioeconómica do país.

Por outro lado, metade dos farmacêuticos sentem que não há oportunidades de progredir na carreira em farmácia comunitária, referem as conclusões do estudo.

Na perspetiva dos farmacêuticos comunitários, os horários de trabalho são um grande fator de desgaste, com 60% dos inquiridos a reportar uma carga horária semanal entre 40 a 45 horas, o que leva a que 67% destes profissionais sintam que não existe um equilíbrio entre a vida profissional, pessoal e familiar.

Apesar das dificuldades, o estudo evidencia também aspetos positivos, como os farmacêuticos considerarem que as farmácias dispõem das condições essenciais de qualidade, segurança, privacidade dos utentes e bem-estar das equipas.

A grande maioria dos inquiridos (96%) acredita que o seu trabalho e atividade têm um impacto positivo na saúde e bem-estar da população.

Todavia, e neste âmbito, os resultados apontam ainda para alguns aspetos a melhorar, referindo a pertinência de regulamentos e normas suficientes e adequados para o exercício da atividade farmacêutica e a necessidade de um maior investimento, por parte das entidades empregadoras, na formação dos seus colaboradores.

A associação recorda que, em outubro passado, os jovens farmacêuticos apresentaram publicamente uma proposta de compromisso conjunto entre as entidades do setor para a valorização da profissão e da farmácia comunitária e por melhores práticas profissionais.

“As principais organizações representativas do setor farmacêutico aceitaram de imediato o desafio de criarmos uma agenda que promova o desenvolvimento pessoal, profissional e social dos farmacêuticos comunitários, independentemente da idade”, refere o Presidente da Associação Portuguesa de Jovens Farmacêuticos, Lucas Chambel.

Para Lucas Chambel, este pode ser “um primeiro sinal importante e uma base para uma ação coordenada que garanta a atração e retenção de talento farmacêutico nas farmácias e, ao mesmo tempo, que crie condições para o desenvolvimento das farmácias a médio-longo prazo, para que possam continuar a prestar serviços e cuidados farmacêuticos à população em proximidade.

Segundo a APJF, esta proposta de compromisso já está a ser trabalhada em articulação com a Ordem dos Farmacêuticos, o Sindicato Nacional dos Farmacêuticos, a Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia, a Associação Nacional das Farmácias, a Associação de Farmácias de Portugal e a Associação Portuguesa de Farmacêuticos para a Comunidade.

Últimas do País

O presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) anunciou hoje que o regulador vai analisar contratos de seguros de proteção ao crédito, onde vê sinais de “algum desequilíbrio” na relação contratual com os clientes.
O casal acusado de triplo homicídio em Donai, no concelho Bragança, em julho de 2022 foi hoje condenado a 25 anos de prisão e ao pagamento de uma indemnização à família das vítimas de 225 mil euros.
Um casal foi condenado a dois anos e nove meses de prisão, suspensa na sua execução, por enviar mensagens de telemóveis falsas a cobrar supostas dívidas em nome da EDP, revelou hoje a Procuradoria-Geral Regional do Porto.
“Vocês não respeitam nada. Uma cambada de racistas, um gangue de racistas.” Ataques e insultos dirigidos a líder parlamentar e deputados do CHEGA levaram comandante a intervir e a chamar a polícia.
A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição avisa: prepare a carteira. Carne, peixe, fruta e legumes poderão subir até 7% já no próximo ano. Custos de produção disparam, exigências europeias apertam e o retalho admite que, apesar dos esforços, não vai conseguir travar totalmente os aumentos.
O número de livros impressos editados em 2024 caiu 14,3% para um total de 11.615 e o preço aumentou 2,6% face a 2023, revelou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os doentes classificados como urgentes no hospital Amadora-Sintra enfrentam hoje de manhã tempos de espera de cerca de 12 horas para a primeira observação, segundo dados do portal do SNS.
A direção-executiva do SNS está hoje reunida com a ULS Amadora-Sintra para procurar soluções para reduzir os tempos de espera nas urgências neste hospital, que classificou como “o principal problema” do SNS neste momento.
A CP informou hoje que se preveem “perturbações na circulação de comboios” na quinta-feira e “possíveis impactos” na quarta e sexta-feira devido à greve geral convocada para dia 11 de dezembro.
Só no último ano letivo, chegaram às escolas mais 31 mil alunos estrangeiros, um salto de 22% que está a transformar por completo o mapa demográfico do ensino em Portugal.