No passado dia 28, Portugal mergulhou na escuridão total. O apagão não foi apenas uma falha técnica: foi a revelação brutal da nossa vulnerabilidade energética e da fragilidade da nossa soberania nacional. Esse dia expôs algo inadmissível: Portugal está dependente da Espanha e da eletricidade espanhola para manter o país – incluindo os seus órgãos de soberania e serviços essenciais – em funcionamento.
Um país soberano com mais de oito séculos de história não pode ser apagado do mapa com o simples desligar de um interruptor do lado de lá da fronteira.
O que vimos foi mais do que uma falha técnica: foi um falhanço político. O Estado, na sua função essencial, falhou. As pessoas entregues a si próprias, abandonadas ao salve-se quem puder – sem respostas, sem direção, sem garantias.
Isto não aconteceu por acaso. É o resultado de anos de más decisões políticas.
Os sucessivos governos, em nome da descarbonização, encerraram centrais estratégicas, como as centrais a carvão, sem garantir alternativas sólidas e fiáveis.
A lição do passado dia 28 é clara: energia é mais do que escolher entre painéis solares ou petróleo, vento ou carvão: energia é geopolítica, é segurança, é soberania.