“Só uma sensação de impunidade total pode permitir à Rússia realizar estes ataques e a continuar a aumentar a sua escala”, disse Volodymyr Zelensky, nas redes sociais.

As declarações de Zelensky foram feitas depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter voltado a expressar a sua frustração com o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, na sequência dos ataques massivos e letais lançados por Moscovo este fim de semana contra Kiev e outras cidades ucranianas.

Zelensky afirmou que o ataque russo ocorrido esta madrugada – que envolveu 355 ‘drones’ e nove mísseis de cruzeiro – “não tem lógica militar” e é simplesmente uma mensagem “política”.

“Ao fazê-lo, Putin mostra o quanto despreza o mundo, o mundo que faz mais esforços para o diálogo do que na pressão”, prosseguiu o Presidente ucraniano.

“Só com força — a força dos Estados Unidos, da Europa e de todas as nações que valorizam a vida — é que estes ataques poderão ser travados e a paz real alcançada”, acrescentou Zelensky, defendendo “o congelamento das finanças russas e a interrupção das vendas de petróleo” russo face à recusa do Kremlin (presidência russa) “em considerar sequer um cessar-fogo”.

Na semana passada, Putin prometeu a Trump, durante uma chamada telefónica, apresentar à Ucrânia as suas condições para um cessar-fogo de pelo menos 30 dias, conforme solicitado por Kiev, Washington e os principais aliados europeus.

Até agora, o líder russo não apresentou essas condições.

O Kremlin, através do porta-voz presidencial, Dmitri Peskov, sustentou que os bombardeamentos das últimas horas foram dirigidos contra alvos militares.

Citado pela agência de notícias russa Interfax, Peskov referiu que as manobras foram uma resposta aos ataques lançados pela Ucrânia contra alvos civis.

“Os ucranianos estão a atacar a nossa infraestrutura social e a nossa infraestrutura civil”, mas a “retaliação” russa foi dirigida “contra instalações e alvos militares”, afirmou Peskov.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, numa nova etapa da guerra que teve início em 2014 com a anexação da península ucraniana da Crimeia.