Atividade industrial da China recua para nível mais baixo desde setembro de 2022

A atividade da indústria transformadora da China caiu, em maio, para o nível mais baixo desde setembro de 2022, segundo o Índice de Gestores de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgado hoje pelo jornal Caixin. Os dados expõem o impacto da guerra comercial iniciada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

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Este indicador, elaborado pela agência de notação financeira Standard & Poor’s (S&P) e utilizado por muitos investidores internacionais como referência para analisar o setor transformador da China, recuou de 50,4 pontos em abril para 48,3 em maio — a primeira contração registada no espaço de oito meses.

Um valor acima do limiar dos 50 pontos indica crescimento da atividade face ao mês anterior; abaixo deste valor, sinaliza contração.

O resultado ficou também aquém de todas as estimativas dos analistas inquiridos pela agência Bloomberg, que previam, em média, uma expansão de 50,7 pontos.

Os dados foram ainda mais fracos do que a leitura oficial do PMI, divulgada no sábado, que apontava para uma contração da indústria transformadora, embora a um ritmo mais lento, após o adiamento de novas tarifas ter desbloqueado parcialmente os fluxos comerciais.

“A oferta e a procura da indústria transformadora diminuíram, arrastadas pela procura externa”, escreveu Wang Zhe, economista do Caixin Insight Group, a unidade de investigação afiliada ao jornal, num comunicado.

“Os principais indicadores macroeconómicos mostraram um enfraquecimento acentuado no início do segundo trimestre”, acrescentou.

O inquérito, mais orientado para empresas privadas e exportadoras, revela um processo de ajustamento por parte dos fabricantes chineses, após a China e os EUA terem acordado uma trégua de 90 dias na guerra comercial em curso.

A queda nas novas encomendas foi acompanhada por um declínio na produção industrial, de acordo com o relatório. As empresas reduziram a atividade de compras e os níveis de pessoal, embora o sentimento em relação à produção futura tenha mostrado sinais de recuperação.

O economista da Caixin alertou ainda para o facto de os principais indicadores macroeconómicos da China estarem a revelar uma tendência negativa desde o início do segundo trimestre:

“A pressão descendente sobre a economia aumentou significativamente em relação aos períodos anteriores.”

A China enfrenta agora não só ventos contrários de natureza interna, mas também uma “crescente incerteza” no comércio global, sublinhou Wang.

A nível interno, o país continua sob o peso de riscos deflacionários, agravados por uma profunda crise no setor imobiliário, que tem afetado tanto o investimento como o consumo.

Neste contexto, Wang recomendou a adoção de medidas adicionais para estimular a procura interna, nomeadamente através do aumento do rendimento disponível das famílias.

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