Consumo de cimento cai 1,6% até agosto apesar do dinamismo do mercado residencial

O consumo de cimento no mercado nacional totalizou 2,657 milhões de toneladas até agosto, recuando 1,6% em termos homólogos, apesar do crescimento registado no mercado residencial, segundo dados divulgados hoje pela associação setorial.

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“Esta evolução contrasta com a trajetória expansiva observada quer no mercado residencial, quer no segmento das obras públicas, sugerindo que a atividade do setor não se tem traduzido de forma proporcional no consumo deste material essencial”, refere a Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN).

Na “Conjuntura da Construção – Informação Rápida”, hoje divulgada, a associação destaca a “dinâmica particularmente intensa” do mercado habitacional no segundo trimestre, em que foram transacionados 42.889 alojamentos, um acréscimo homólogo de 5.764 unidades e 15,5%.

Em valor, o volume global das transações atingiu 10.270 milhões de euros, refletindo um “crescimento expressivo” de 30,4%.

Nesse período, o Índice de Preços da Habitação registou um novo máximo histórico, com uma variação homóloga de 17,2% e de 4,7% em cadeia, “confirmando a tendência de valorização acelerada dos preços residenciais já observada em trimestres anteriores”.

Segundo a AICCOPN, este “forte dinamismo” do mercado imobiliário traduziu-se também na evolução dos processos de licenciamento: Nos primeiros sete meses de 2025, as autarquias emitiram um total de 15.846 licenças, mais 1.445 do que em igual período de 2024, correspondendo a uma variação homóloga de 10%.

No que se refere à área licenciada em edifícios, até julho observou-se um crescimento acumulado de 18,1% no segmento habitacional, em contraste com uma expansão “mais moderada”, de 2,1%, no caso dos edifícios não residenciais.

Em paralelo, a associação aponta o “crescimento expressivo” que o mercado de crédito à habitação tem vindo a registar ao longo de 2025.

Excluindo renegociações, o montante de novo crédito apresentou, em agosto, uma variação homóloga acumulada de 37,7%, um desempenho que “confirma a manutenção de uma dinâmica robusta no financiamento a particulares, reforçando o papel do crédito como suporte essencial à procura habitacional”.

Já no mercado das obras públicas, os indicadores evidenciam também “uma trajetória de forte crescimento da atividade”, nota a AICCOPN.

Até agosto, o montante total dos concursos de empreitadas promovidos ascendeu a 7.915 milhões de euros, mais 28% do que em igual período de 2024, tendo o valor das empreitadas com contratos celebrados e registados no Portal Base atingido 3.948 milhões de euros, um acréscimo homólogo de 48%.

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