BCE prepara primeira emissão do euro digital em 2029

O Banco Central Europeu (BCE) avançou esta quinta-feira, 30, que está a preparar a primeira emissão do euro digital em 2029, assim que a legislação necessária para o efeito for adotada.

©ecb.europa.eu

O BCE, que se reúne esta quinta-feira na cidade italiana de Florença para decidir sobre as taxas de juro, afirmou que “a decisão final do Conselho do BCE sobre se um euro digital será ou não emitido, e em que data, será tomada após a legislação ter sido adotada”.

Se os legisladores europeus adotarem o regulamento sobre a introdução do euro digital em 2026, o BCE poderá realizar um exercício piloto e operações iniciais a partir de meados de 2027.

O BCE e os bancos centrais nacionais devem estar preparados “para uma possível primeira emissão do euro digital em 2029”, acrescenta a instituição monetária.

O BCE considera que “a necessidade de um meio de pagamento digital público como complemento do dinheiro é cada vez mais urgente” à medida que o número de pagamentos em dinheiro diminui.

Calcula-se que os custos totais de desenvolvimento, incluindo os componentes produzidos tanto externamente como internamente, ascenderão a 1.300 milhões de euros até à primeira emissão em 2029.

O BCE prevê que, a partir de 2029, os custos operacionais anuais sejam, aproximadamente, de 320 milhões de euros.

O BCE e os bancos centrais nacionais assumiriam esses custos, como já fazem com os de produção e emissão de notas de euro que, como o euro digital, são um bem público.

Assim como no caso das notas, o BCE espera que esses custos sejam compensados pelos ganhos gerados, mesmo que as posses de euros digitais fossem pequenas em comparação com as notas em circulação.

O membro do comité executivo do BCE e presidente do grupo de trabalho de alto nível sobre um euro digital, Piero Cipollone, estimou no início de outubro o custo do investimento que os bancos da zona euro terão de fazer para introduzir o euro digital entre 4.000 e 5.800 milhões de euros, o que representa entre 1.000 e 1.440 milhões de euros anuais durante quatro anos.

Por isso, os custos do euro digital para os bancos serão contidos, próximos das estimativas iniciais da Comissão Europeia (CE) e semelhantes aos da Diretiva sobre Serviços de Pagamento.

Os custos anuais (durante quatro anos) correspondem aproximadamente a 3,4% dos orçamentos anuais de atualização de Tecnologia da Informação dos maiores bancos da zona euro, aqueles que o BCE supervisiona diretamente.

Depósitos de até 3.000 euros digitais não representariam um risco para os bancos da zona euro, nem um risco para a estabilidade financeira.

O euro digital complementará o dinheiro físico e oferecerá vantagens como simplicidade, privacidade, confiabilidade e disponibilidade em toda a zona euro.

O BCE também apoia a proposta da CE de reforçar o direito de pagar com dinheiro.

“O euro, nossa moeda comum, é um símbolo da confiança na unidade europeia”, declarou a presidente do BCE, Christine Lagarde.

“Trabalhamos para que a forma mais tangível – o dinheiro em euros – se adapte ao futuro, redesenhando e modernizando as nossas notas e preparando-nos para a emissão do dinheiro digital”, acrescentou Lagarde.

“Não se trata apenas de um projeto técnico, mas de um esforço coletivo para garantir o futuro do sistema monetário da Europa”, afirmou Cipollone.

Um euro digital permitirá aos cidadãos desfrutar das vantagens do dinheiro físico também na era digital.

“Isso reforçará a resiliência do cenário de pagamentos na Europa, reduzirá os custos para os comerciantes e criará uma plataforma para que empresas privadas inovem, cresçam e compitam”, segundo Cipollone.

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