Adesão à greve dos médicos ronda os 95% nalguns centros de saúde de Lisboa

A adesão à greve dos médicos ronda os 95% nos dois principais agrupamentos de centros de saúde de Lisboa e Vale do Tejo e no Hospital Beatriz Ângelo apenas os blocos operatórios de urgência estão a funcionar, segundo o sindicato.

© D.R.

Em declarações à Lusa, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque da Cunha, disse que “ainda é cedo para ter dados globais”, mas sublinhou que, face à posição do Governo nas negociações que terminaram na terça-feira, espera “uma adesão muito expressiva”.

“Nos centros de saúde de dois dos principais agrupamentos de Lisboa, a adesão é de cerca de 95% e, nos blocos de cirurgia do Hospital Beatriz Angelo, só estão a funcionar os blocos de urgência, portanto, com uma adesão muito próxima dos 100%”, explicou Roque da Cunha.

Hoje e na quinta-feira decorre a primeira de duas greves regionais convocadas pelo SIM para a região de Lisboa e Vale do Tejo. A próxima está agendada para 27 e 28 de setembro.

O secretário-geral do SIM recordou que na última reunião de negociação, na terça-feira, o Governo “não ultrapassou a proposta de 3,1% de aumento salarial”, sublinhado que “nos últimos 10 anos houve uma perda salarial de 22%”.

“Os impostos que nós pagamos obrigariam a que o Governo fizesse esse investimento do SNS, o que não esta a acontecer”, afirmou o responsável, sublinhando: “Em função do que tem sido a resposta do Governo em relação às questões que colocamos, esperamos uma muito expressiva adesão”.

Roque da Cunha recordou que “todos os serviços mínimos estão assegurados”, como, por exemplo, as urgências dos doentes internados, as urgências externas e as hemodiálises.

“Não temos qualquer dúvida de que haverá uma grande e expressiva adesão, tendo em conta a forma como têm sido tratados os médicos hospitalares, que cada vez têm menos incentivos para trabalhar e cada vez têm uma carga de trabalho maior”, afirmou.

Sobre o descontentamento dos médicos, disse ainda que o SIM teve a informação de que hoje, na equipa de urgência do Hospital Garcia de Orta, “está só um médico e dois internos”, lembrando que “continuam demissionários os diretores desse serviço urgência e dos hospitais Fernando da Fonseca, Beatriz Ângelo e Francisco Xavier”.

“A insensibilidade do primeiro-ministro e do ministro das Finanças e a incapacidade que Manuel Pizarro [ministro da Saúde] tem demonstrado em convencê-los vai criar um problema muito sério. Fazemos um apelo para evitar estas greves, criando condições para os médicos ficarem no SNS”, acrescentou.

Na terça-feira, o SIM anunciou um novo prolongamento, até 22 de outubro, da greve dos médicos às horas extraordinárias, que começou a 24 de julho e terminaria no dia 22 de setembro.

Questionado pela Lusa sobre a possibilidade de o SIM concertar formas de luta com a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) – que na terça-feira anunciou uma nova greve para 17 e 18 de outubro, Roque da Cunha respondeu: “Temos estado em mesas conjuntas e na segunda-feira fizemos uma proposta para uma cimeira conjunta com a FNAM. Essa proposta já teve resposta, mas ainda não há data marcada”.

Últimas do País

A família informou o Consulado-Geral do Brasil em Lisboa para considerar o cidadão “em situação de perigo para si e para terceiros.”
Mais de 75.000 crimes de violência doméstica foram registados em quatro anos pela PSP, que propôs quase 60.000 medidas de coação a agressores e sinalizou cerca de 46.000 crianças junto das comissões de proteção.
Cerca de 63 mil casos de herpes zóster foram diagnosticados num ano, uma doença que leva ao internamento de uma pessoa a cada dois dias e que custa anualmente ao país mais de 10 milhões de euros.
Centenas de bombeiros sapadores de várias regiões do país estão concentrados em Lisboa para exigir a valorização da carreira, que dizem não ser revista há mais de 20 anos, e o aumento de subsídios como o de risco.
A Associação Apícola de Entre Minho e Lima (APIMIL) apelou hoje às autoridades nacionais que tomem "ações concretas e bem dirigidas" contra a ameaça de invasão de uma nova vespa, mais perigosa do que a asiática.
Entre janeiro e setembro deste ano 344 mulheres foram violadas em Portugal, disse hoje à agência Lusa fonte oficial da Polícia Judiciária (PJ).
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registou entre as 00h00 de domingo e as 07h00 de hoje 750 ocorrências devido à chuva e vento fortes, a maioria inundações, sem causar vítimas.
Os nove métodos mais utilizados de burla por telefone foram identificados pela PSP hoje em comunicado, alertando a população para a ocorrência deste tipo de crime.
A investigadora Manuel Manuel Mota considera curto o aumento de 3% no orçamento para a ciência e pede mais ambição no investimento, para se acabar com o “crónico subfinanciamento” e a precariedade “de uma vez por todas”.
Redação, 23 nov 2024 (Lusa) – A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) registou no primeiro semestre deste ano cerca de 15 mil crimes de violência doméstica, um aumento de 2% em relação ao período homólogo de 2023.