Alberto Núñez Feijóo considerou que o partido socialista espanhol (PSOE), liderado por Pedro Sánchez, acordou “uma aberração” com os independentistas catalães para ser reconduzido primeiro-ministro e prometeu contestação por parte do PP “com todos os recursos, em todas as instâncias e em todos os âmbitos”, incluindo nas ruas.
Feijóo afirmou que Espanha vive “o maior ataque ao estado de direito” da sua história democrática e anunciou manifestações em todas as capitais de província no próximo domingo.
“Aviso que não nos vamos calar. (…) Querem que nos esqueçamos, mas vamos lembrá-lo todos os dias”, afirmou o líder do PP, o partido mais votado nas eleições espanholas de 23 de julho, mas sem uma maioria suficiente para conseguir a viabilização parlamentar de um governo liderado por Feijóo.
O PSOE foi o segundo partido mais votado e o socialista Pedro Sánchez está a fechar acordos com partidos nacionalistas e independentistas catalães, bascos e galegos que lhe permitirão, se se confirmarem todos, ser reconduzido como líder do Governo de Espanha.
O líder do PP voltou hoje a defender a repetição das eleições, por o teor dos acordos não ter feito parte do programa eleitoral dos socialistas e por Sánchez ter negado até 23 de julho a possibilidade de uma amnistia para os independentistas que protagonizaram uma declaração unilateral de independência da Catalunha em 2017.
Feijóo reiterou ainda as críticas ao perdão de parte da dívida da Catalunha ao estado espanhol, que também está nos acordos do PSOE com os partidos separatistas.
Sánchez “é capaz de qualquer coisa pelo poder” e compra votos “com a indignidade do povo espanhol e os impostos de todos os cidadãos”, afirmou Feijóo.
O PSOE acordou na semana passada com o partido Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) uma amnistia e o perdão de até 20% do total da dívida da região autónoma ao estado, cerca de 15 mil milhões de euros.
Os socialistas asseguraram que este perdão de dívida será extensível a todas as regiões autónomas do país.
A Catalunha é a região com maior dívida e os 15 mil milhões que vão ver perdoados é um valor superior, em alguns casos até várias vezes superior, à dívida total de qualquer uma das outras comunidades autónomas, realçou no sábado passado Alberto Núñez Feijóo.
Se até 27 de novembro não houver novo primeiro-ministro investido pelo parlamento, Espanha terá de repetir as eleições.
Até agora, o PSOE fechou acordos com a ERC e o Bloco Nacionalista Galego e o partido basco EH Bildu já confirmou que vai votar a favor da recondução de Sánchez como primeiro-ministro.
Sánchez precisa ainda dos votos de mais dois partidos, com quem continua a negociar, o Juntos pela Catalunha e o Partido Nacionalista Basco.