A importância do 25 de novembro de 1975 (Parte 02)

Diz o Comandante da RMN, o Brigadeiro Pires Veloso e cito: ” Quando estava no Hospital Militar do Porto, por ter sofrido um acidente de helicóptero, o Coronel Jaime Neves organizou com os seus militares um desfile em minha honra em frente ao hospital.

Este acontecimento foi importante porque criou laços de respeito na medida em que dois núcleos das forças militares, a partir de determinado momento, eram as únicas capazes de se opor às forças políticas que apostaram tudo, desde o 25 de Abril, na destruição da nossa cultura, das nossas tradições e de todo um passado glorioso, da nossa história, para criarem neste canto da Europa Ocidental um tipo de sociedade que os portugueses repudiavam.

O objectivo era fazer de Portugal uma república socialista-marxista, idêntica às que a União Soviética criou e impôs ao longo das suas fronteiras ocidentais (Hungria, Polónia, etc.) dominando-as política, militar e economicamente, escravizando as populações, tirando-lhes a alegria de viver, a liberdade, reprimindo violentamente todos os que discordassem das suas doutrinas.”

Fim de citação

Os paraquedistas saíram como resposta devido a provocações repetidas e contínuas durante o mês de novembro, através das ordens emitidas pelos militares afetos ao Grupo dos Nove, 

 O Grupo dos Nove foi um grupo de oficiais das Forças Armadas de Portugal liderados por Melo Antunes pertencente ao MFA de tendência moderada Quando aparece um documento assinado por nove conselheiros da revolução a dizer: “o caminho é este” estava encontrada a argamassa capaz de unir todos os moderados. Assim, em resposta, com a chefia de Ramalho Eanes e com o comando operacional de Jaime Neves e Pires Veloso, é elaborado um golpe com o objetivo de acabar com o Processo Revolucionário em Curso, e transformá-lo num “Processo Constitucional em Curso”. 

No dia 25 de Novembro de 1975, o Regimento de Comandos da Amadora, apoiado por grupos organizados de civis e militares espalhados por todo o país, ocupam a Serra do Pilar, com as tropas do regimento de Aveiro e retiram do ar o Brigadeiro Corvacho, que incitava os militares à revolta. A emissora nacional de Lisboa, ocupada pelos comunistas foi desactivada. Os Partidos políticos mobilizam todos os seus simpatizantes e pela primeira vez e única todos os partidos políticos se unem (PPD , PS, CDS, PPM) e saem à rua em grande força. Os militares revolucionários são presos e regressa a ordem e a disciplina aos quarteis as hierarquias são retomadas.

Esta acção um fim aquela que foi uma tentativa de implementação de uma ditadura comunista em Portugal. Os valores iniciais de abril de 1974 haviam sofrido, ao longo de mais de um ano, um duro golpe levado a cabo por forças de extrema-esquerda. No entanto, graças à determinação e valentia demonstrada pelo Regimento de Comandos da Amadora e pelos seus apoiantes, esse golpe felizmente não vingou. O 25 de novembro de 1975 marcou assim em definitivo o fim do período de transição revolucionária PREC tendo o Conselho de revolução decidido dissolver o COPCON.

Tal movimento militar levou a um processo de estabilização da democracia representativa em Portugal, tendo o comunismo ditatorial de origem soviética sido afastado para sempre. Portugal respirava de alívio.

Passados 48 anos, a data do 25 de novembro continua a ser largamente ignorada da História de Portugal, facto esse que repudiamos. Nós, entendemos o 25 de novembro como a reposição dos valores que tanto apregoaram com o 25 de Abril, e por isso como uma data que deve ser recordada!

O 25 de novembro de 1975 tem a mesma legitimidade do 25 de abril de 1974 de ser lembrado e celebrado. Sem o 25 de novembro, o 25 de abril não teria passado de um sorriso fugaz. O 25 de novembro serve para por a descoberto o melhor do 25 de abril, para que este não se torne numa longínqua saudade.

Artigos do mesmo autor

A percepção de que a escravatura era uma coisa injusta sempre existiu na cultura ocidental. A forma como se lidou com isso é que foi mudando. Entendamo-nos bem: o tráfico negreiro e as relações de escravatura foram abominações. Mas é preciso perceber que foram as nações ocidentais as primeiras que as estigmatizaram e proibiram. Portugal […]

Numa altura em que se ouviu o Prof. Marcelo a falar das “culpas” dos portugueses pela escravatura, chegando ao ponto de exigir indemnizações pelo passado, cabe dar uns esclarecimentos, porque a história não é feita de emoções, nem é de plasticina para se moldar conforme as modas e conveniências politicas. A rejeição da escravatura está […]

No dia 28 de Dezembro de 1979 foi apresentada na Secretaria da Polícia Judiciária uma queixa crime por um grupo de 18 portugueses por nascimento e na plenitude dos seus direitos legais, encabeçada pelo General na reserva Silvino Silvério Marques, e constituída por militares, professores, jornalistas e outros profissionais contra: 1º – Mário Soares (que […]

A 25 de Abril de 1974 deu-se em Portugal um golpe de Estado. Não foi uma revolução como erradamente se ensina nas escolas e se propagandeia na comunicação social. Porque dizem os manuais de ciência política nos seus mais elementares ensinamentos que para haver revolução tem de haver doutrina e revolta popular. Os únicos que […]

Portugal, Nação forte e altiva, que mantém incansávelmente o posto de guarda e farol ocidental, através dos seus oitocentos anos de História. Portugal, nosso que desde o Século XII, uma das grandes criadoras do mundo e da Europa, sendo, aliás, o Estado Europeu mais antigo, com fronteiras definidas muito antes de qualquer outro. A identidade […]